O jornalista Ricardo Noblat, através de postagem nas redes sociais, informa que se especula entre os militares que o coronel Mauro Cid poderá "ir para o barro", que, na gíria da caserna, significa que o militar poderá ser punido com a perda da patente e consequente exclusão dos quadros das Forças Armadas. Por outro lado, na mesma caserna circulam rumores dando conta de que alguns militares teriam ficado insatisfeitos com a decretação da prisão da cúpula da Polícia Militar do Distrito Federal. O comandante do Exército, inclusive, teria agendado um encontro com o presidente da CPMI dos Atos Antidemocráticos do dia 08 de janeiro, o deputado Arthur Maia(UB-BA), que, aliás, vem realizando um excelente trabalho na condução da comissão.
São históricas as relações entre as polícias militares e as Forças Armadas, daí se entender que eles também se sintam atingidos com tais prisões. Na realidade, em linguagem figurada, existe um batalhão inteiro de militares envolvidos nas tessituras golpistas do 08 de janeiro. A questão é saber se teremos a determinação e as condições institucionais de puni-los pelos seus atos contra as instituições democráticas. Atentar contra as instituições democráticas não é o tipo de coisa que se resolva com um simples tapinha nas costas. Será necessário cortar na pele, sob pena de abrirmos precedentes perigosos.
Não deixa de ser curioso tentarmos entender como alguns militares de alta patente foram arrastados para essa aventura. Pelos diálogos divulgados até agora eles tinham a convicção de que a engrenagem golpista seria irreversível. Ainda existem "dispositivos" que precisam ser desativados, como as denúncias de que agentes do serviços de inteligência e segurança de Estado estariam passando informações sigilosas sobre os deslocamentos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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