pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: STF pede explicações a Tarcísio de Freitas sobre homenagem a Erasmo Dias.
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sábado, 26 de agosto de 2023

Editorial: STF pede explicações a Tarcísio de Freitas sobre homenagem a Erasmo Dias.



Nos últimos anos, depois do advento do bolsonarismo, o Brasil tornou-se um país perigoso. Na realidade, conforme já comentamos em outros momentos, o bolsonarismo foi apenas o gatilho que disparou tudo que temos de mais perverso em nossa formação histórica, ou seja, uma junção de autoritarismo, racismo estrutural, desigualdades sociais e a cultura do genocídio contra minorias. O retrocesso civilitário foi imenso e pagamos as consequências até os dias de hoje. Por vezes, a ponta do iceberg aparece mais nítida, como se percebe no desvelamento das tessituras golpistas que foram montadas para solapar as nossas instituições democráticas. Tudo muito bem urdido, com ações de alta periculosidade,incluindo, inclusive, o planejamento de atentados terroristas que, por muito pouco, não se materializaram.  

Por vezes, os estertores desse ambiente nefasto aparece de forma mais sutil, como nas homenagens a próceres atores que estiveram no epicentro dos horrores praticados durante a ditadura instaurada no país com o Golpe-Civil Militar de 1964. No dia de ontem, dando aqui mais um exemplo, a Câmara do Município de Porto Alegre instituiu o dia 08 de janeiro como o Dia do Patriota. Em São Paulo, sob os auspícios de um governador forjado no bolsonarismo, essas atitudes se tornaram recorrentes. Ele já homenageou o bandeirante Fernão Dias - preterindo o educador Paulo Freire -e, agora, o coronel Eramso Dias, o que causou grande indignação entre entidades da sociedade civil, que entraram com uma ação junto ao STF pedindo a revogação da homenagem. 

A Ministra do Supremo Tribunal Federal, Cármem Lúcia, deu cinco dias para o governador explicar tal homenagem. Este editor gostaria muito de conhecer os "argumentos" de sua assessoria jurídica. Numa sessão da Câmara dos Deputados, durante os trabalhos da CPI do MST, o relator, Ricardo Salles, tentou indispor o general Gonçalves Dias com os seus pares, ao inquiri-lo sobre o que ele pensava sobre o Golpe Civil-Militar de 1964. Como estamos numa guerra de narrativas, eles também possuem a deles.   

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