Editorial: Essa nossa governabilidade é uma tragédia.

A reforma tributária está em andamento, mas, a rigor, seria de bom alvitre uma retomada das discussões em torno de uma reforma política que permitisse ao nosso Executivo uma autonomia maior em relação ao Poder Legislativo, naquilo que se convencionou chamar de presidencialismo de coalizão. Há poucas expectativas em torno do assunto, pois o nosso sistema político precisaria cortar na pele, ou seja, não há interesse em reformar esse pardieiro. Agora, antes mesmo do morubixaba petista anunciar a aguardada minirreforma ministerial, já se formou um consenso do outro lado, capitaneado pelo cacique do Centrao, de que estamos diante de uma regorma tapa-buraco, muito aquém das expectativas do grupo. 

Continuaria algo pontual, para atender as expectativas no que concerne a algumas votações específicas, muito distante de uma aliança efetiva pela governabildade, pois o Governo Lula irá precisar de ampliar, em muito, a oferta do butim. Estamos praticamente no início do governo e tudo indica que iremos nesse diapasão até o final de de 2026. Ou não. De repente, as indisposições se ampliam e uma dos inúmeros processos de impeachment entram na ordem do dia. É assim que funciona. 

O Legislativo, há alguns anos atrás, literalmente, fez a ex-presidente Dilma Rousseff sangrar até a morte, materializada pelo impeachment de 2016. Vamos usar aqui este termo para não incomodar alguns órgãos de imprensa, que insistem nas pedaladas fiscais. Acusaram até o presidente Lula de ter cometido pedalada moral, ao proclamar a inocência da ex-presidente.