Às vesperas do anúncio da minirreforma ministerial - e de votações importantes para o Governo Lula - um dos principais expoentes do staff lulista, o Ministro da Fazenda Fernando Haddad, protagonizou um desentendimento com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Haddad afirmou que a Câmara Federal ostenta bastante poder e não poderia usar deste poder para humilhar o Executivo e o Senado Federal. Politicamente correto, o ministro de Lula incorre no equívoco, porém, de cutucar o diabo com vara curta, como se diz aqui na região Nordeste.
Haddad tratou logo de desfazer o mal-entendido, telefonando para Arthur Lyra e tranquilizando o núcleo duro petista de que estava tudo bem. Havia sido mal interpetrado. A declaração não seria suficiente para produzir um atrito, mas nunca se sabe como reagem esses atores políticos, afeitos a um jogo onde os mínimos sinais emitidos pelos "adversários" podem ser entendidos como um recado. Do outro lado do balcão, por exemplo, já existe uma leitura de que o Governo Lula estaria manobrando estrategicamente para anunciar essa minirreforma ministerial.
O anúncio da minirreforma não deve passar desta semana. Há uma grande expectativa em torno do assunto, mas a cada dia ela fica mais confusa. Hoje, somente a Caixa Econômica é dada como certa na cota do Centrão, embora o butim seja generoso, pois irá contemplar partidos como os Progressistas, os Republicanos e o União Brasil. A rigor, ninguém se sente absolutamente seguro no Governo Lula, com raríssimas exceções. Principalmente órgãos e ministérios com orçamentos expressivos.
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