Uma pane ou acidente no sistema de transmissão de energia deixou algumas áreas do estado de São Paulo às escuras, provocando grandes transtornos para a população atingida pelo apagão, que durou dias. A questão pôs em xeque a privatização das empresas que antes operavam o sistema, assim como expôs uma escala de problemas estruturais na gestão da Enel, que hoje, depois do processo de privatização, é a empresa responsável pelo sistema. A Enel, simplesmente, não teve como responder ao problema, seja por dificuldades de operacionalização da rede, seja em função de mão-de-obra qualificada, boa parte dela afastada quando do processo de privatização. Existem até estudos já conluídos - por sinal, caríssimos - com o objetivo de privatizar outras estatais, a exemplo da SABESP, a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São paulo.
O debate em torno do assunto expôs diversas irregularidades, todas advindas do processo de privatização da companhia estatal que administrava o sistema ou, seja, ao fim e ao cabo, a privatização pode ter sido uma boa para o capital, mas representou danos irreparáveis no que concerne aos serviços prestados à população, sem falar nos aumentos inevitáveis de tarifas. Abordamos essa questão por aqui a partir de uma audiência concedida pela professora Clarice Ferraz, no Senado Federal.
Na constelação de políticos de perfil conservador do país, ninguém tem dúvida de que o governador Tarcísio de Freitas é aquele ator político que se apresenta, por inúmeras razões, com as melhores credenciais para assumir o papel de susbtituto do capitão nas eleições presidenciais de 2026. Ele diz que não, por razoes óbvias, mas age como sim. Há poucos dias surgiram rumores de que a sua popularidade não ia muito bem, sobretudo depois do rolo do apagão. À época não entendemos muito bem, porque, a julgar pelos números divulgados pelo Instituto Paraná Pesquisas, a situação não era assim tão complicada, colocando o governador, numa eventual disputa sucessória de 2026, apenas abaixo do próprio Jair Bolsonaro, isso porque o eleitorado, fiel ao capitão, parece que não está ainda convencido sobre a sua inelegibilidade.
O mesmo fenômeno ocorre no universo petista, pois, no horizonte, ainda não surgiu um nome que possa substituir o morubixaba que, muito possivelmente, não será candidato em razão dos problemas de saúde e o avanço da idade. A questão que acendeu o sinal de alerta, no entanto, seria uma pesquisa para consumo interno, financiada por empresários, onde o atual governador aparece muito mal na fita no quesito popularidade. É como se a sua popularidade tivesse caído sensivelmente, depois desses acontecimentos, o que passou a preocupar os seus partidários.
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