pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Quem deixa o Governo Lula na minirreforma de janeiro.
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sábado, 16 de dezembro de 2023

Editorial: Quem deixa o Governo Lula na minirreforma de janeiro.



Presume-se que em janeiro de 2024 teremos mais uma minirreforma ministerial do Governo Lula. Como a informação vazou, logo surgiram uma relação de cabeças que serão cortadas e o nome de novos atores que deverão assumir cargos na Esplanada dos Ministérios. Possivelmente tal reforma teria como pressuposto alguns ajustes do próprio Governo, consoante as circunstâncias políticas que se apresentam. Conforme as nuvens sinalizam, para usarmos uma expressão da velha raposa mineira, Magalhões Pinto. Até Lula já deve ter percebido que ajustar a minirreforma às exigências do Centrão não está produzindo resultados concretos no que concerne às suas relações com o Legislativo. O jornalista Josias de Souza, em sua coluna do Portal UOL, sugere, corretamente, que talvez devêssemos subtituir o termo "presidencialismo de coalizão" por parlamentarismo de coação, que é a situação vivenciada pelo terceiro Governo Lula. Sempre muito inspirado o jornalista. 

Na realidade, a minirreforma começa com a vaga aberta, depois da vacância deixada pelo ministro Flávio Dino no Ministério da Justiça. Embora este seja um ministério que se tornou uma espécie de estade de tiro do bolsonarismo mais radical, o que não faltam são candidados ao posto. Pelo andar da carruagem política, essa cobiça, certamente levará Lula a decidir pelo desmembramento da pasta, no sentido de ter um espaço de manobra a mais para acomodar a base aliada. O ex-ministro aposentado do STF, Ricardo Lewandowski, por incrível que possa parecer, passa fácil pela clivagem exigente dos petistas. Lula, a julgar pelos burburinhos políticos, talvez negociasse com ele os cargos de confiança que ficarão a ele subordinado. Outros nomes estão no retrovisor das negociações, inclusive aqueles que foram preteridos pela escolha de Flávio Dino ao STF. Sobe na bolsa de apostas o nome de Wellington César Lima, secretário particular para assuntos jurídicos da Presidência da República, apadrinhado pela ex-presidente Dilma Rousseff e pelo senador Jaques Wagner.

Ainda no espectro dos burburinhos, no de ontem surgiram rumores de que o atual Ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, poderia deixar o cargo. Somente mais recentemente, depois de meditar bastante sob a massaranduba do tempo, conseguimos entender a estratégia de Lula ao indicar o pernambucano ao cargo. Aposentado, com grandes perspectivas na iniciativa privada, José Múcio resistiu o quanto foi possível. Resistência vencida unicamente pela relação de afeto que mantém com o morubixaba petista. 

Por incrível que possa parecer, surge no retrovisor dos nomes que podem ocupar a pasta da Defesa mais um comunista, o histórico militante do PCdoB, Aldo Rebelo, que já comandou a pasta no passado. Houve um tempo em que não se dava muita importância ao fato de o cidadão ter um passado comunista. Isso era motivo até de folclore. Com a ascensão do bolsonarismo, no entanto, parece que retornamos à época dos Comandos de Caça aos Comunistas, o CCC, um grupo paramilitar que colaborava com a Ditadura Militar instaurada no país com o Golpe de 1964. Nada contra Aldo Rebelo, mas, se Lula resolve nomeá-lo para a pasta aí é que os bolsonaristas ficarão convencidos de que o país está implantando uma ditadura comunista. Imaginem! 

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