Há quem afirme que a possibilidade de soerguer os tucanos seja uma missão impossível. Mas, existe, por outro lado, aqueles que acreditam nessa possibilidade, ainda que se trate de uma tarefa hercúlea. Ainda existe muitas divisões na legenda. A eleição recente do ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, pode contribuir para apaziguar os ânimos entre alas divergentes da legenda, mas o ex-governador irá precisar usar de toda a sua habilidade política para tanto. Mal assumiu o cargo, já existe uma disputa aberta, pelo controle do Instituto Teotônio Vilela, que concentra boa parte dos recursos do fundo partidário. A disputa é entre as alas do Deputado Federal Aécio Neves e os demais deputados eleitos pela legenda, que já ameaçaram, até mesmo, sair do partido.
Apesar de ter se recolhido aos seus aposentos por um tempo, o ex-senador Aécio Neves, com a eleição de Marconi Perillo, dá uma demonstração que de ainda possui algum capital político na legenda. Alas como a liderada pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, apoiavam os nomes de José Aníbal e Tasso Jereissati para a Presidência Nacional do partido. Aécio Neves só concorda com Eduardo Leite quanto às eleições presidenciais de 2026, ou seja, ele também endossa a tese de que o governador gaúcho é a bola da vez. O cálculo político aqui é simples: o neto de Tancredo Neves sabe que não poderá voltar a aspirar ao cargo. Segundo comenta-se nas coxias, Aécio Neves é candidato ao Palácio Tiradentes, nas eleições de 2026.
Em Pernambuco ocorre um fato curioso. A governadora Raquel Lyra(PSDB-PE) emite todos os indícios de que estaria com um pé fora do partido, embora integre a nova safra de governadores eleitos pela legenda nas últimas eleições, o que, segundo nossas perspectivas, poderia injetar sangue novo ao grêmio tucano. Raquel Lyra tem mantido um excelente diálogo com o Planalto, de onde já se especula que poderia ingressar numa legenda aliada ao Governo Lula. O PDT fechou as portas à tucana, sobretudo por ser controlado no Estado por um grupo rival da atual governadora nas querelas paroquiais do país de Caruaru. De feeling político bastante apurado, o bruxo Gilberto Kassab, Presidente Nacional do PSD, estaria trabalhando nos bastidores com a possibilidade de filiar a governadora Raquel Lyra à legenda. Raquel já anda abrindo espaço no Governo ao partido, o que sugere que as negociações estão bem encaminhadas.
Um dos projetos do atual presidente do partido é reconstituir o ninho mais emplumado dos tucanos: São Paulo, onde o partido vem perdendo espaço considerável. Para as próximas eleições municipais, a proposta é a de que se constituam alternativas de candidaturas nas principais cidades do país. Perillo lamenta que o partido não tenha lançado candidato à Presidência da República nas últimas eleições. Na realidade, o partido até tentou. Realizou prévias e tudo. O problema são as divisões internas, não completamente sanadas, a julgar pela disputa em torno do Instituto Teotônio Vilela.
Em São Paulo, nas próximas eleições, é bem provável que o partido acompanhe os passos do atual governador, Tarcísio de Freitas, em vias de fechar um acordo com Ricardo Nunes, que deve se candidatar à reeleição. A eventual candidata socialista, a Deputada Federal Tabata Amaral teria procurado as lideranças locais do partido em busca de apoio ao seu projeto de ocupar a cadeira do Edifício Matarazzo. Ocorre, porém, que Tabata ainda é da base de apoio ao Governo Lula. Uma das premissas que acompanham a eleição de Perillo como presidente nacional da legenda é a de abrir uma trincheira de oposição radical ao Governo.
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