pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Uma relação tóxica entre o Governo Lula e o agronegócio.
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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

Editorial: Uma relação tóxica entre o Governo Lula e o agronegócio.



Lula teve ter lá suas razões para ter vetado a PL do agrotóxicos. Os leitores podem imaginar o que esses caras estão propondo. Como se já não fosse suficente o monte de venenos que somos contingenciados a engolir, por vezes, involuntariamente, todos os dias, durante as refeições. Certamente, na primeira oportunidade, o Legislativo, através de sua poderosa bancada do agronegócio, irá vetar o veto presidencial, criando mais um acabaxi para o Governo descascar nessa relação para lá de complicada. O abacaxi, aliás, segundo estudos, é uma das frutas mais prejudicadas pelo uso de agrotóxicos. 

Até recentemente, o Governo Federal sofreu um grande revés no que se refere ao marco temporal, uma situação limite, quase sem reversão, para desespero das comunidades de povos originários. O Presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, já teria ratificado o veto. A situação é tão complicada quando se discute essa relação tóxica de Lula com este setor da economia com forte capilaridade política que até o ministro área, quando de sua desincompatibilização do cargo para reforçar o pelotão de senadores que votariam sim pela aprovação de Flávio Dino durante a sabatina no Senado Federal, aproveitou a oportunidade para votar contra o veto do Governo ao marco temporal. 

Na realidade, os problemas existem desde as últimas eleições presidenciais. O agronegócio é um nicho eleitoral bastante identificado com o bolsonarismo. Até autoridades do Governo deixaram de ser convidadas para eventos do setor, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro era recebido com grandes pompas. Se a situação da relação do Executivo com o Legislativo sempre foi problemática no país, hoje estamos diante do agravamento desses problemas, o que leva alguns analistas a concluírem que o presidencialismo de coalizão já não dá conta de explicar tal situação. 

Para o próximo ano, está prevista a fatura de 53 bilhões em emendas parlamentares, de caráter obrigatório, com prazo de validade determinado, sem que os parlamentares precisem, sequer, marcar alguma audiência com os ministros do Governo. Outro gravíssimo problema tem sido o processo sucessório do Legislativo, o que contingencia os pretendentes ao cargo se esmerarem nos esforços para agradar os seus pares, pouco se lixando para as consequências daí advindas ao Governo Lula.  

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