pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: A metalinguagem do autoritarismo na Argentina.
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terça-feira, 19 de dezembro de 2023

Editorial: A metalinguagem do autoritarismo na Argentina.


Em 2018, quando o ex-presidente Jair Bolsonaro chegou ao poder através de eleições livres, o sociólogo português, Boaventura de Souza Santos, costumava avaliar que o Brasil se tornaria um laboratório de experimentos macabros da ultradireita internacional. Bolsonaro cometeu alguns equívocos, não se reelegeu em 2022 e hoje se encontra inelegível. Seu capital político, no entanto, continua intacto, a julgar pelas mobilizações da militância nas ruas - que sempre acompanha o ex-presidente nos seus périplos - a julgar pelo torniquete oposicionista que vem sendo aplicado ao Governo Lula no Congresso pela Oposição. 

Há um grupo forte na sociedade brasileira que deseja um Governo de matriz conservadora, quiçá incorporando até alguns elementos autoritários. Lula hoje encontra-se encilhado por este vendaval, tendo que apelar para a radicalização como alternativa a se contrapor aos eventos. Em 2024 teremos novas eleições municipais e, se a extrema-direita avançar mais uma casa, o contexto de governabilidade, já precário, tende a piorar ainda mais. Como já comentamos em outras postagens, a partir de algumas observações, o modelo de presidencialismo de coalizão é um modelo falido, na medida em que liberação de verbas e cargos públicos, hoje, não signifcam, necessariamebte, apoios efetivos no Congresso. 

Apesar da aprovação da Reforma Tributária, bastante comemorada pelas hostes petistas, a conta das derrotas é bem mais expressiva, como os vetos do veto ao Marco Temporal e da desoneração da folha de pagamentos, por exemplo. Como observou recentemnte em vídeo o jornalista Renato Rovai, a ultradireita continua intacta em países como o Brasil, a Artentina, o Chile, Peru, Panamá, El Salvador, Colômbia. Eles estão testando um modelo de democracia iliberal, de viés autoritário e protofascista. É bem possível que o sociólogo português ainda mantenha  suas posições sobre o laboratório brasileiro, mas, certamente, também está de olho no que vem ocorrendo com a Argentina. 

Por lá, em tão pouco tempo, o presidente Javier Milei está mostrando a que veio. Editou um pacote de medidas que já está sendo considerado uma espécie de AI-5 do Milei, por conter medidas restritivas de manifestações contra o Governo, sob pena de repressão dura do Estado. Milei já teria afirmado que irá governar com os militares. Como se isso não fosse suficiente, apareceu em público trajando uniformes militares quando acompanhava as ações de socrorro contra uma catástrofe da natureza. Os bolsonaristas radicais brasileiros, que se esmeram no argentino como uma espécie de guru, apontam que o Governo Lula estaria transformando o Brasil numa ditadura militar comunista. Posteriormente, gostaríamos de ouvi-los sobre essa escalada autoritária que está ocorrendo no país vizinho. 

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