Ao assumir a Presidência da República, em seu terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, naquela momento, deixava claro que já havia cumprido o seu papel na política brasileira. Encerrado o terceiro mandato, chegaria o momento de pendurar a chuteira, simbolicamente, como fez o ex-presidente Jânio Quadros, quando exerceu o seu último mandato público. Os planos de Lula, como ele mesmo chegou a afirmar, seria curtir a esposa, os filhos e os netos, deixando o seu legado político para um sucessor de sua estrita confiança.
Um ano depois de exercício do terceiro mandato, já curado das dores físicas - já que as psicológicas deixam marcas ainda mais cruéis e levam tempo para cicatrizarem - o morubixaba petista passa a emitir alguns sinais que estão sendo lidos como os de alguém que pretende disputar mais um mandato presidencial. Em encontro recente, Lula observou que apenas um mandato de quatro anos seria insuficiente para arrumar a casa, colocar as coisas em ordem. Esta é a segunda vez que ele se refere ao assunto. Num outro momento, disse algo parecido, o que deixou seus adversários de cabelo em pé, como se ele não pretendesse mais sair do poder, numa posição metafórica, logo mal interpretada por inimigos políticos, que procuram cabelo em ovos para desacreditar o Governo.
Em pesquisa recente, o Instituto Datafolha traz alguns dados que podem nos orientar em análises sobre os próximos pleitos. A centríguga da polarização continua moendo alternativas políticas ao petismo e ao bolsonarismo. O leitor de Bolsonaro não se arrepende de ter votado no capitão, assim como o eleitor de Lula não se arrepende de ter votado no morubixaba. É pau a pau, com uma ligeira desvantagem de Jair Bolsonaro em relação a Luiz Inácio Lula da Silva. Embora o Planalto continue aparentemente tranquilo, três institutos de pesquisa, no entanto, apontam uma tendência de queda na avaliação do terceiro Governo do PT.
O resultado das eleições municipais de 2024 podem sinalizar sobre o que poderia ocorrer em 2026, sobretudo por essa onda de polarização política. Em tempos normais, o eleitorado estaria mais preocupado com o gerente da cidade, sem se preocupar com essas quarelas políticas a nível nacional. Na atual conjuntura política, este fato pode ser relativizado. Basta olharmos para o que está ocorrendo em São Paulo, onde o embate está se tornando uma verdadeira prévia de 2026. Lula e Bolsonaro estão envolvidos até o pescoço naquela eleição.
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