Final de ano, Reforma Tributária aprovada, seria inevitável a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no plenário da Câmara dos Deputados. Como estamos literalmente cindidos entre Governo e Oposição, seria inevitável, igualmente, as hostilidades dos bolsonaristas contra o presidente, assim como as reações dos petistas, como o Deputado Federal Washington Quaquá, que partiu para a agressão contra um bolsonarista que soltava o verbo contra o presidente Lula. Hoje, dia 21, as redes sociais estão repletas de pedidos de cassação de um lado e do outro, ou seja, para cassar o Quaquar, seria necessário, antes, cassar a tropa de choque de bolsonaristas que xingaram o presidente Lula.
O que ocorreu no dia de ontem é o prenúncio do que nos aguarda o novo ano legislativo, com o comprometimento das condições mínimas de governabilidade. As poupudas emendas parlamentares correm soltas, com autonomia de voo, chegando ao Executivo apenas na hora de pagá-las, desta vez com boletos agendados, como mais uma inovação. O termo toma lá, dá cá já entrou em desuso, assim como o próprio conceito de presidencialismo de coalizão, conforme estamos enfatizando por aqui. É encrenca das brabas governar com tantas hostilidades assim.
A Reforma Tributária passou, mas é inegável o saldo negativo do Governo, quando se analisa, por exemplo, os inúmeros vetos aos vetos do Executivo em questões cruciais como o marco temporal, que marca uma posição identitária do Governo Lula. Com a espertise políica acumulada ao longo dos anos, o Centrão irá fortalecer a sua bancada através de uma poderosa federação que deve reunir três partidos e uma penca de deputados e senadores. Estima-se que 150 deputados e 17 senadores, sob a batuta de Ciro Nogueira, ex-Ministro da Casa Civil do Governo Bolsonaro.
Para 2024, aguarda-se, igualmente, a abertura dos trabalhos da CPI do Abuso de Autoridade, proposta pela Oposição, que deve concentrar seus esforços contra setores do Poder Judiciário. Na medida em que Lula tenta reconstruir as pontes com o Poder Judiciário, deixa insatisfeito alguns setores de apoiadores mais orientados ideologicamente. O próximo impasse diz respeito à escolha de um nome para substituir o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino.
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