pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Um imbróglio chamado Ricardo Salles.
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sábado, 23 de dezembro de 2023

Editorial: Um imbróglio chamado Ricardo Salles.


As eleições para a Prefeitura da Cidade de São Paulo, em 2024, merecem uma atenção redobrada dos analistas políticos e formadores de opinião. Diante de um país cindido, completamente atingido pela polarização política, o ex-presidente Jair Bolsonaro e o atual presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, já estão metidos até o pesçoço sobre os rumos daquelas eleições. Na semana passada, no contexto de fortalecer a presença do PT no chamado cinturão paulista - estratégia prioritária de Lula para as próximas eleições municipais, segundo ele mesmo já ratificou junto aos pares - o presidente esteve entabulando conversas com a ex-petista Marta Suplicy, no sentido de convidá-la para compor a chapa com o candidato Guilherme Boulos, apoiado pelo PT. 

Mesmo sem partido, Marta integra a equipe de Ricardo Nunes, onde exerce a função de Secretária de Relações Internacionais da Prefeiuta de São Paulo. Durante esta semana, as conversas ocorreram em torno do apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro a um dos Ricardões que devem concorrer ao pleito. O Ricardo Nunes, atual prefeito, que tenta a reeleição, e o ex-auxiliar do presidente, Ricardo Salles, Ministro do Meio Ambiente do Governo anterior, que briga pelo apoio do partido ao seu projeto político.  

Percebendo os acenos do ex-presidente ao nome de Ricardo Salles, Ricardo Nunes entrou em campo, reestabelecendo as pontes fragilizadas com o Partido Liberal. No final - não necessariamente feliz - ficou definido que o ex-presidente deve mesmo apoiar o projeto de reeleição de Ricardo Nunes, com a prerrogativa de indicar o nome que deve concorrer a vice na chapa. Enigmaticamente, Bolsonaro sugeriu que teríamos alguma surpresa por aqui. Diante desse imbróglio todo, não se surpreendam se ele anunciar o nome de Ricardo Salles como vice de Ricardo Nunes. 

Como já informamos em outras postagens, a relação entre Valdemar da Costa Neto e Jair Bolsonaro é marcada por convergências e divergências. Não é sobre todos os aspectos que eles se entendem, mas Valdemar sabe que o ex-capitão é estratégico para o projeto da legenda. Diplomaticamente, Valdemar informa que foi o ex-presidente quem bateu o martelo em torno da escolha de Ricardo Nunes, o que é tememário dar crédito absoluto a tal afirmação. O mais provável é que os acordos firmados e as circunstâncias políticas tenham compelido o ex-presidente á aquiescência sobre o nome de Nunes, quando desejava, de coração, prestigiar o ex-auxiliar.  

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