Um jornal paulista publicou uma matéria sobre as sondagens internas que estão ocorrendo no União Brasil em torno de um eventual apoio político do partido nas eleições presidenciais de 2026. É no mínimo inusitada a conclusão a que o partido chegou, mesmo tendo três ministério no Governo Lula: Turismo, Integração e Comunicação. Sugere-se que os caciques da legenda já conluíram que não deverão apoiar um nome indicado pelo Planalto, que poderia, em última análise, ser o próprio Lula. Estão de namorico com os governadores Tarcísio de Freitas ou Ronaldo Caiado, que come o mingau quente de Goiás pelas beiradas, para não se queimar até lá.
Ronaldo Caiado agrega o bolsonarismo radical em suas porteiras, mas faz questão de não se apresentar com tal perfil, sabendo que poderia vir a ser demonizado durante a campanha. O PT, incluive, já deu o start da estratégia que será utilizada na próxima campanha: o medo da destruição de nossas instituições democráticas caso o bolsonarismo volte ao poder. Mais ou menos o que já ocorreu na Argentina, quando assessores do partido colaboraram com o candidato Sérgio Massa, sem sucesso, uma vez que o aloprado passou por todo mundo, com motosserra e tudo. Pelo raciocínio do partido, as coisas funcionam assim: Caso os candidatos de nossa preferência não passem, voltamos a negociar os nacos de poder e verbas com o adversário eleito pelo PT, seja Lula ou algum outro.
A lição que o partido passa com essa manobra marota é a de que os partidos políticos estão cada vez mais em descrédito perante o eleitorado. É como se eles pouco se lixassem para as questoes ideológicas ou programáticas, se importando, tão somente, em maximizar suas estratégias pragmáticas, ou seja, pouco importa quem seja o governante de turno sufragado nas urnas pela vontade soberana do eleitorado. Sem o menor pudor, negociarão, como agora, seja lá com quem estiver ocupando a cadeira do Palácio do Planalto. Isso sem combinar com o eleitorado.
Que haja algumas mobilizações de sobrevivência partidária nas próximas eleições municipais, entende-se. Os movimentos dos socialistas são perfeitamente compreensíveis. Agora, o que não se entende é que, numa eleição presidencial, um partido com três ministérios deixe de apoiar o nome indicado pelo Planalto. Lula já andou antecipando que não permitirá que os ministros do seu governo apoiem candidatos às prefeituras municipais sem o sinal verde do partido. Pelo andar da carruagem política, será muito difícil cumprir essa meta.
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