No dia de ontem ocorreu uma busca na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro, no curso de uma investigação sobre eventuais fraudes com o cartão de vacinação. Hoje, o Jornal O Globo traz a informação de uma possível prova sobre a prática de rachadinha, arrolada pelo Ministério Público, no gabinete de um dos membros do clã. Quando perdeu as eleições para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente Jair Bolsonaro entrou numa crise de depressão profunda, sem querer falar com ninguém, dizem que até com crises de choros frequentes. A transição foi uma das mais complicada, porque, faltando apenas alguns dias para a posse de Lula, ocorreu uma espécie de apagão na Presidência da República, algo que precisou ser contornado pelo então vice, o general Mourão Filho.
A impressão que passa sobre as causas dessa depressão e abatimento é que ele já previa o que poderia ocorrer dalí por diante, quando novos atores assumissem o poder. Embora abominasse a rotina de trabalho como Presidente da República, como deixou claro em alguns pronunciamentos, Bolsonaro, contraditoriamente, por vezes, afirmava que só Deus o tiraria ele daquela cadeira. Nos parece que este segundo Bolsonaro é o mais crível, se analisarmos bem o andar da carruagem política.
Esse negócio de vingança eu nunca entendi muito bem, mas é esta a leitura feita pela família Bolsonaro em relação a esses últimos fatos. O problema seria de uma perseguição política velada, sem um amparo legal que dê suporte a essas ações. Observamos aqui um grave equívoco de avaliação, pois tudo está sendo realizado dentro da lei, cumprindo todos os trâmites legais. O Governo Bolsonaro cometeu alguns equívocos primários, como o uso irregular dos cartões corporativos, por exemplo, num indicativo, inclusive, de que faltou até mesmo uma assessoria minimamente de perfil republicano para orientá-lo.
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