A derrota do governo no que concerne ao decreto do saneamento foi acachapante. 295 deputados votaram contra o projeto, que previa alterações no marco legal do saneamento básico. O problema, como sempre, está relacionado à fragilidade de apoios no Legislativo. A derrota infringida ao governo faz parte de um processo, um jogo torpe, com o objetivo de pressionar o presidente no sentido de liberar as emendas parlamentares e indicar prepostos dos deputados para ocuparem cargos na burocracia do Estado. Há um consenso entre de que o governo está demorando muito neste aspecto.
O jogo é bruto e, conforme afirmamos ontem, o apoio de Lira ao Governo Lula é bastante pontual, naquilo em que o seu grupo político possa aferir algumas vantagens específicas. Sabe-se que tal apetite fisiológico é insaciável e chegará um momento em que o governo não poderá saciá-lo. No dia de ontem, um jornalista observou que talvez seja mais eficiente a Lula atuar no varejo político, atendendo, pontualmente, os deputados e senadores, ao invés de negociar a divisão dos ministérios com os partidos políticos. Aliás, nao há mais ministérios a serem negociados. A questão agora é o segundo escalão. Pode ser que o jornalista tenha razão, mas vale o raciocínio de que, em algum momento, a corda arrebenta, como já arrebentou com a ex-presidente Dilma Rousseff.
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