A viagem que o líder do MST, João Pedro Stédile fez à China recentemente, integrando a comitiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, certamente será bastante explorada pelos parlamentares oposicionistas que integram a CPI do MST. A comissão deve começar os trabalhos nesta semana e já estamos anciosos para acompanhar os embates que deverão serem travados. Por razões óbvias, Stédile será um dos convidados de honra dessa comissão. O Governo Lula, porém, parece ter acordado do sono profundo e, através do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, estaria preparando um dossiê sobre as irregularidades cometidas pelo agronegócio, que vão muito além do uso indevido de agrotóxicos, envenenando nossos alimentos.
As denúncias são cabeludas e envolvem até mesmo, segundo fomos informados, a apropriação indevida de recursos públicos destinados à produção agropecuária, procedimentos que seriam recorrentes desde o Escândalo da Mandioca, onde falsos produtores rurais do Sertão Pernambucano se apropriavam de recursos do Banco do Brasil, sob o pretexto de plantarem mandioca, e desviavam esses recursos para outras finalidades. Esse fato ocorreu na década de 80 do século passado, e resultou no covarde assassinato do procurador Pedro Jorge, que fez a denúncia através do Ministério Público.
A mentalidade desse grupo é a mesma de 500 anos atrás. Pouca coisa mudou desde então, sobretudo quando se está em discussão a propriedade da terra, as relações de trabalho e coisas do gênero. Os grilhões de antes da abolição formal e institucional da escravidão ainda estão presos aos membros dos trabalhadores, a julgar pelos recorrentes episódios de trabalho análogo à escravidão. É bom que o MST tenha feito o seu dever de casa. Será uma oportunidade de mostrar ao país o que ocorre no campo e como esses grupos se organizam para tramarem contra as instituições democráticas, pois eles estão no epicentro do retrocesso político, dando suporte essas últimas mobilizações antidemocráticas.
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