Eis aqui uma questão que o próprio Lula respondeu antes mesmo de vencer as últimas eleições e assumir o seu terceiro mandato. Seria natural, em razão de sua idade avançada e os entreveros políticos enfrentados nos últimos anos, chegando mesmo a cumprir pena por condenação processos duvidosos, que já foram anulados. Para o indivíduo ser feliz não precisa de muita coisa não, como observou Ariano Suassuna em uma de suas Aulas espetáculo. Como bom nordestino, Lula sabe o valor de uma carne do ceará com farofa, acompahada de suco de pitanga - a pitanga é uma fruta tipicamente do bioma Caatinga - uma boa rede armada debaixo do sombreiro de um pé de umbu.
Será que a vaidade pelo exercício do poder é tanta assim? Ao ponto de exercer fascínio no petista? Não acreditamos. O mais sensato seria ele se recolher aos aposentos. Lula enfrenta um fardo pesado neste terceiro mandato. Ora são os grupos de direita e ultra-direita, que escolheram o Brasil como um laboratório para as suas experiências macabras; setores da grande imprensa, que não dão a menor trégua ao petista, publicando, sistematicamente, matérias e editoriais contra o Governo; os planos da oposição para fazê-lo sangrar; os probremas gigantescos de governabilidade, tendo que abrir espaço na máquina e liberar emendas através desse expediente nefasto do orçamento secreto. Curiosa essas ciladas da política. Em princípio, o que se previa era uma desbolsonarização da máquina, mas está ocorrendo exatamente o contrário. A máquina voltou a ser bolsonarizada, por pressão dos partidos "aliados". Não faltou nem mesmo os admiradores do coronel Brilhante Ustra, indicado para controlar os fundos de autarquia.
A Coluna do jornalista Cláudio Humberto, no dia de hoje, no entanto, traz uma informação acerca da guerra aberta nos corredores do poder em Brasília, entre petistas, pela condição ser ungido como sucessor de Lula. Eis aqui um outro fator que poderia estar prejudicando o desempenho do terceiro Governo Lula. Existem uma penca de pretendentes a esta condição, cada qual tentando parecer mais confiável ao chefe. Neste sentido, o jornalista sugere que aventar uma hipótese de uma candidatura à reeleição de Lula poderia contribuir para serenar os ânimos. Quem sabe ele tem razão.
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