Durante aquela fase braba da pandemia, havia um amigo que sempre questionava se nós estávamos bem. Seria praticamente impossível "estar bem", diante daquelas circunstâncias pavorosas, onde as pessoas estavam morrendo nos leitos de hospitais, sem conseguirem respirar. Na realidade, há, também, alguns fatores coletivos que podem influir em nosso humor. Sabe-se lá o que Lula pode estar sentindo, numa quadra política complexa como a nossa. Mas vamos deixar esse debate para os psicólogos e voltarmos ao nosso quadrado, o quadrado da política. Este terceiro mandato não está sendo nada fácil para Lula. Acreditamos que o barbudo nunca precisou engolir tantos sapos.
O saldo negativo que ele está sendo contingenciado a gerenciar é muito grande. Um fardo pesado, seja do ponto de vista econômico, seja do ponto de vista político, com o arcabouço democrático sendo fustigado constantemente por forças simpáticas à rupturas institucionais. O embate com o Legislativo é outra fonte constante de desgaste, inclusive emocional. Se Lula governasse com o fígado, como sugeriu um desses jornais, já estaria com cirrose hepática, produzida pelas toxinas do Centrão, capaz de usar de todos os expedientes para atingir seus objetivos.
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