O governador Romeu Zema(Novo-MG)causou uma enorme polêmica, outro dia, ao proferir alguns comentários dasabonadores sobre o alferes Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Na sua linha de raciocínio, tramar contra a Coroa Portuguesa, em tais circunstâncias, não seria um ato de heroísmo, mais algo muito próximo a uma tentativa de golpe, algo a ser elencado no plano das ilegalidades.
Por essas horas, quem estava visitando o Museu da Inconfidência, na aprazível Ouro Preto, comenta que viram os restos mortais do alferes, que se encontra naquela instituição, se revirar no túmulo. Curiosa essa personalidade do Joaquim José da Silva Xavier, uma vez que ele consegue ser unanimidade da esquerda à direita. Possivelmente, à exceção do governador mineiro. Tiradentes, inclusive, goza de grande prestígio nos ciclos militares. A única coisa que pesa contra ele, relatada pelo historiador Kenneth Maxwell, é sobre as reais motivações da insurreição, que não seria, assim, algo eminentemente de cunho nativista, mas motivada pelas enormes dívidas de uma classe média mineira com a Coroa Portuguesa.
Um Tiradentes golpista, no entanto, fica por conta das fantasias do governador mineiro. Agora ele está metido numa nova polêmica, um aumento de 298% concedido ao seu salário, que passa de um pouco mais de R$ 10.000 para mais de R$ 40.000. De fato, o salário estava defasado, mas fica difícil explicar os percentuais desse reajuste nas atuais circunstâncias, sobretudo em Minas, onde a tesoura passou a fazer parte dos instrumentos de políticas públicas.
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