Depois da ressaca produzida por algumas refregas no Legislativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva resolveu fazer um churrasco de arrumação política com os aliados mais próximos. Convidou alguns ministros do Supremo Tribunal Federal e deixou de fora os presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados. A ideia seria arrumar a casa, definir os estratégias daqui para a frente, evitando aborrecimentos futuros, como a MP que propõe uma ingerência indevida em ministérios, como os do Meio Ambiente e dos Povos indígenas.
Ontem, Lula manteve uma longa conversa com as ministras das duas pastas, aventando a possibilidade de reversão dessa intromissão do Legilativo sobre o Executivo, que, na prática, esvazia as duas pastas, tornando-se permissiva e convergente com o retrocesso das políticas do desgoverno anterior. No dia de hoje, 27, mais um editorial carregado do jornal o Estado de São Paulo, observando que o Governo encontra-se completamente sem rumo.
Sem rumo é um termo muito forte, mas, por outro lado, é inegável que o Governo sente os reflexos dos toniquetes aplicados pelos setores reacionários, dentro e fora do parlamento. Na prática, o país experimenta um semipresidencialismo não assumido. Os atores políticos não conseguem nem mesmo disfarçar essa realidade. Os acordos de Lira com o Governo são rigorosamente pontuais, como ele sempre enfatiza. É Lira quem dá as coordenadas das votações, como destacou um prócere representante do Centrão. Segundo comenta-se nos escaninhos da política, ele teria afirmado que não gostou de não ser convidado para o lançamento do anúncio do carro "popular". E, possivelmente, o não convite para o churrasco também terá suas implicações.
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