Em tese, não se dão mais golpes de Estado como antigamente. Até os expedientes de tortura usados contra os desafetos estão mudando. Outro dia, um ministro da Supremo Corte usou a expressão: torturas do século XXI, quando se referia aos novos expedientes usados pelos sádicos golpistas, para infringirem castigos aos que se opõem aos seus projetos antidemocráticos. Mas, a cada nova revelação sobre os engendramentos que estiveram em curso durante o planejamento da tentativa frustrada de golpe do dia 08 de janeiro, se descobre que os algozes da democracia tentaram um golpe tradicional, com tanques e tropas especiais nas ruas, fechamento das casas legislativas, sequestro de autoridades e coisas do tipo.
Um golpe de Estado sempre esteve nos planos de alguns atores políticos no Brasil. Outro dia um ministro do atual governo encontrou um quarto secreto, numa repartição estratégica, uma espécie de dark room, onde havia um arsenal dos velhos tempos da ditatura militar instaurado no país com o Golpe Civil-Militar de 1964. Livros e imagens veneradas de gente da velha guarda da mangueira dos estertores daquele período.
A nossa referência para diagnosticar a quebra de ruptura institucional tem sido sempre o 08 de janeiro, mas, na realidade, o país enfrentou outras tentativas de golpes de Estado. Isso fica muito claro com a política de militarização da máquina pública implantana no país no último governo, numa evidência clara de que o terreno estava sendo preparado. Registre-se, igualmente, que estamos tratando aqui de militares escolhidos a dedo, sob o critério de simpatia ao projeto autoritário.
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