Sob certos aspectos, a estratégia eleitoral adotada por Lula, de olho nas eleições municipais de 2024, está correta. Focar em regiões fora do eixo nordestino, como no caso de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, pode levar o PT a equilibrar o jogo nesses três maiores colégios eleitoais do país, assegurando os dividendos praticamente certos na região Nordeste, onde a preferência do eleitorado pela agremiação petista vem se reproduzindo desde algum tempo.
São Paulo, inclusive, possui o que já obordamos por aqui como o "cinturão paulista", ou seja, um conjunto de cidades, em torno da capital, com um eleitorado expressivo, superior a um milhão de eleitores. Ao tornar a eleição de Guilherme Boulos numa verdadeira obcessão, penso que o petisra tembém não deve se descuidar dessas cidades. No Rio de Janeiro, reduto eleitoral do bolsonarismo, o petista aposta suas fichas na reeleição de Eduardo Paes. O principal nome do bolsonarismo para concorrer à Prefeitura da Capital encontra-se encrencado com essa tal ABIN Paralela.
Até aqui tudo bem. O problema é quando eles insistem na polarização, algo que vem esgarçando o país. Penso que os eleitores já chegaram a mesma conclusão do sociólogo jamaicano, Stuart Hall, que já advertiu que o resultado desse jogo só termina quando um dos polos esmagar o outro. Por outro, lado observamos com alguma preocupação, a capilaridade obtida por alguns representantes do bolsonarismo raiz nas principais capitais do país. Isso talvez tenha sido construído na esteira dos bons ventos que sopraram a favor dos bolsonaristas desde as eleiões passadas.
Há uma tendência oposicionista consolidada junto ao eleitorado. Por isso, ficamos, de uma certa forma até surpresos, quando, no dia de hoje, o Instituto Paraná Pesquisa traz o resultado de uma pesquisa de intenção de voto em Goiânia, capital de um Estado governado por forças oposicionistas, Ronaldo Caiado. A delegada e Deputada Federal Adriana Accorsi, do PT, lidera em todos os cenários a corrida pela prefeitura da capital em 2024. No último encontro da legenda petista, para se discutir exatamente a estratégia eleitoral para as eleições municipais de 2024, a tese da polarização voltou a ganhar fôlego. Isso não conduzirá o país aos bons tempos de normalidade.
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