pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: O longo depoimento do ex-comandante da FAB, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista.
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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Editorial: O longo depoimento do ex-comandante da FAB, tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista.



Uma grande leva dos implicados nas tessituras golpistas do 08 de janeiro, que a Polícia Federal intimou para ouvir recentemente, se mantiveram em silêncio durante os interrogatórios, inclusive o ex-presidente Jair Bolsonaro, cujos advogados alegaram que não tiveram acesso aos autos o suficiente para formalizarem uma linha de defesa. Curioso que os principais implicados, aqueles que usavam de bravatas no passado e adjetivaram de "cagões" os militares que se recusaram a embarcar nessa aventura contra as instituições democráticas e a abolição do Estado Democrático de Direito, estavam entre aqueles que se mantiveram pianinhos durante tal interrogatório. 

Tal comportamento dos réus é irrelevante, uma vez que a Polícia Federal já detém provas suficientes da participação de cada um deles na trama obscurantista que pretendiam inflingir ao país. Há, no entanto, um militares que estiveram, na condição de testemunhas oculares, presente àqueles episódios, e que se enquadram entre os legalistas e democratas, ciente dos deveres constitucionais das Forças Armadas. Naqueles dias sombrios, quando a nossa democracia esteve ameaçada, conforme a imprensa vem noticiando, os então comandantes do Exército e da Aeronáutica optaram pela fidelidade aos seus deveres constitucionais.  

O então comandante do Exército, general Freire Gomes, chegou a ameaçar prender o ex-presidente Bolsonaro, caso ele insistisse com a proposta de atentar contra o Estado Democrático de Direito. O tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista, que estava entre os arrolados no interrogatório da Polícia Federal resolveu falar sobre aqueles episódios. Segundo informações, seu depoimento durou nada menos do que cinco horas e deve ter sido importante para as investigações conduzidas pela PF. 

Segundo alguns entendimentos, mais do que se recusarem a participar da trama obscurantista contra o Estado Democrático de Direito, tais militares deveriam ter se reportado contra a conspiração, o que não fizeram, pesando contra eles a imputação da omissão. Consideramos haver um pouco de exagero por aqui, mas vamos aguardar o desfecho das investigações. 

  

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