O Governo Lula promete fazer alguns ajustes no veto das emendas de comissão, assim como na polêmica reonerização da folha de alguns setores da economia. Ajustes que visam, em última análise, criar o ambiente político necessário a uma reabertura das negociações com o Presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Vamos ser francos por aqui. O discurso de Lira foi uma espécie de declaração de guerra, o que, segundo dizem, deixou o morubixaba petista bastante aborrecido, à procura de armas para enfrentar uma batalha campal inevitável.
Uma das alternativas é o diálogo diretamente com os líderes ou com os núcleos do empresariado que bancam algumas bancadas, numa espécie de lobby, no sentido de demover as resistências. Lira, por seu turno, estaria muito mais preocupado em manter o poder na Casa Legislativa. Cargos e emendas estaria no bojo de alimentar o apetite de uma provável base de apoio para fazer seu sucessor. Aqui entram, por exemplo, as onze vice diretorias da Caixa Econômica Federal. Vejam os leitores o tamanho do dilema enfrentado pelo Governo Lula. Cede. Entrega cargos, o cara amplia a capilaridade política, tornando ainda mais difícil a vida do Governo.
Lira deseja, a todo custo, fazer o seu sucessor. O Governo, por sua vez, prospecta a viabilidade de um outro nome que possa suceder o alagoano. Nos escaninhos da política comenta-se que o motivo real da ira de Lira - até rimou! - seria o afastamento da liderança do PSB do seu núcleo de apoiadores. O alagoano estaria costurando apoios para o nome do Deputado Federal do União Brasil da Bahia, Elmar Nascimento. O Governo estabelece diálogo com o também Deputado Federal pela Bahia, Antonio Brito.
Este é o jogo pesado da política, meus caros leitores. Já se sabe do que essa gente é capaz quando se sentem acuados. Já pediram a cabeça de Alexandre Padilha, um nome do núcleo duro do entorno de Lula, mas o escalpo não foi entregue. Em resposta, o Ministro das Relações Institucionais já antecipou que não seria ministro das relações interpessoais. Conforme antecipamos antes por aqui, tememos pelos próximos lances desse embate não saudável para as instituições da democracia brasileira.
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