Eis aqui uma questão difícil de responder. Alguns afirmam que a trupe golpista, que desejava rasgar a Constituição, era amadora, deixou vídeos gravados, documentos escritos, tudo que poderiam auto-incriminá-los. Segundo a versão do advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o documento encontrado pela PF era apenas uma cópia impressa, a pedido do ex-mandatário, que não costuma ler documentos através do aparelho celular. O exame de tal documento seria apenas para se preparar melhor sobre as eventuais acusações que pesavam contra ele. Não vamos aqui entrar no mérito dessas explicações, mas que é algo que causa algum estranhamento, lá isso é verdade, seja na primeira ou numa eventual segunda hipótese.
Outro coisa surpreendente, foi o material prouzido pelo ex-ajudante de ordens da Presidência da República, tenente-coronel Mauro Cid. Se considerarmos as declarações de um general ouvido duranre os trabalhos da CPMI do Golpe, arrolado no contexto da trama golpista, o papel do ajudante-de ordens era bastante secundário. Quando inquirido sobre a presença de um deles durante uma reunião no Planalto, com a presença do próprio general e do ex-presidente, informou que o tal ajudante de ordens não participava da reunião, mas estava ali porque o presidente poderia precisar de algo, talvez um cafezinho, ouum bloco de anotações, o telefone de alguém, um copo de água gelada. Estaria ali presente apenas para dar conta dessas necessidades triviais.
Pelo andar da carruagem política, não era bem assim. Os ajudantes de ordens estavam bastante inteirados sobre o que se discutia, sobre o que se planejava nessas reuniões. Longe do que sugere, o tal general, não exerciam um papel secundário. Um deles, por exemplo, ficou todo enrolado durante sua oitiva na CPI do Golpe, quando instado a responder a curiosa movimentação de recursos em sua conta. Fez uma ginástica contábil que deixou todos os parlamentares confusos.
Há quem assegure que os próximos passos dessa investigações pode culminar por esmagar a cabeça da jararaca golpista. Uma incógnita é a projeção sobre como reagiriam a horda de seus apoiadores pelo país afora. Especula-se que um outro conspirador, aquele de 2016, teria realizado várias consultas aos quartéis sobre a eventualidade de uma reação petista à prisão de Lula. Doutor em Direito Constitucional, cometeu um deslize ao afirmar que a tropa de choque do golpe não poderia ser punida, uma vez que o golpe não chegou a ser materilizado. Não precisa. A trama, pelo código penal, entra no mesmo escopo do ato concretizado.
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