Desta vez não foi anunciado o provável número de pessoas que participaram da manifestação pro-Bolsonaro, que ocorreu no dia de ontem, na Av. Paulista. Em todo caso, é inegável que havia uma multidão, surpreendentemente comportada, que saiu de suas casas para prestigiar o ato de desagravo em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro. Juridicamente, tal manifestação não produzirá nenhum efeito, mas, do ponto de vista político, trata-se, sim, de uma grande manisfestação de força e de sua capacidade de agregar sua base de apoio popular e política.
A manifestação da Paulista seria um termômetro sobre a liga que ainda une o bolsonarismo no país. A oxidação natural do tempo e das encrencas jurídicas que envolvem suas lideranças e seus entornos não foram capazes de arrefecer os ânimos de tal base de apoio. É uma massa de apoio que atende aos seus chamados, seja nos embates de rua, seja através das redes sociais. Curioso observar que quando ele não está presente essas convocações ficam esvaziadas.
Erramos feio por aqui ao sugerir que não haveira como evitar as velhas palavras de ordem, ou os cartazes com aqueles dizeres conhecidos. Surpreendentemente, não haviam faixas ou cartazes, seja contra as instituições da democracia, seja contra as autoridades da República. O único orador que distoou um pouco dos discursos comedidos e ponderados foi o pastor Silas Malafaia, que ainda fez menção ao Supremo Tribunal Federal, invocando a desproporção, segundo ele, da aplicação dos pesos e medidas em relação a outros episódios semelhantes ao 08 de janeiro.
A base de apoio político que depende dos votos do bolsonarismo fez a escolha correta ao comparecer ao evento, principalmente porque tal evento não pode ser enquadrado como "fora das quatro linhas", para usarmos aqui uma expressão comum ao próprio Bolsonaro. Há argumentos para se contrapor às críticas dos seus adversários políticos durante as próximas campanhas e ficar de bem com os apoiadores do bolsonarismo.
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