Nas hostes petistas não existe mais qualquer sombra de dúvídas de que o presidente Lula irá tentar a reeleição em 2026. Por outro lado, para o eleitorado bolsonarista raiz, não há nenhum substituto para o ex-presidente Jair Bolsonaro, embora o capitão tenha sido declarado inelegível pelo TSE até 2026. É curioso esse comportamento do eleitorado. É como se tais eleitores desconsiderassem completamente esta condição imposta ao ex-presidente.
Outra questão, igualmente preocupante, trata-se da renhida e intermitente polarização entre petistas e bolsonaristas, que tende a se repetir nas eleições de 2026, e que somente danos institucionais tem produzido ao país. Em tais situações, como advertia o sociólogo jamaicano Stuart Hall, da Escola dos Estudos Cultuais Inglesa, em situações assim, geralmente, um dos polos só se sentirá satisfeito quando esmagar a cabeça do outro.É basicamente isto o que está ocorrendo.
Trancorrido mais de um ano das últimas eleições, os bolsonaristas raízes ainda não aceitaram a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo o levantamento do Instituto Paraná Pesquisas, o Instituto com a melhor performance de acertos do último pleito, Lula aparece com 28,6% e Jair Bolsonaro com 26,4%. Tarcísio de Freitas com 3,5% e Michelle Bolsonaro com 2,7%. Embora seja o ator mais emplumado do bolsonarismo depois de Jair Bolsonaro, por vezes, convém levar a sério quando o governador de São Paulo afirma que, no momento, seu projeto é o de renovar o mandato como governador.
Um mandato geralmente é muito pouco e acreditamos que ele se sinta, realmente, em melhores condições de assumir uma candidatura presidencial apenas em 2030, quando o campo governista deverá apresentar um outro nome para a disputa. Em todo caso, na ausência de Jair Bolsonaro da disputa, pelas razões já explicadas, o nome de Tarcísio de Freitas surge no radar como o herdeiro mais legítimo do espólio do bolsonarismo, conforme sugere as conclusões da pesquisa.
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