pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: A banalização do mal das fake news.
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sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Editorial: A banalização do mal das fake news.



Há uma série de estudos apontando as razões pelas quais as fake news atingiram tanta popularidade no país ou porque "pegam" tão facilmente junto à população. Na década de oitenta do século passado, um conhecido radialista, sem pauta para entrar no ar, atendendo a chamada do estúdio da rádio, inventou ou "plantou" a "informação falsa" de que na periferia do Recife estava aparecendo uma perna cabeluda atancando as pessoas. Foi suficiente para, no dia seguinte, aparecer contingentes expressivos de pessoas que haviam visto a tal perna cabeluda inexistente ou até apanhado de tal perna. 

Logo a fake news tomou ares de calamidade pública, contingenciando a polícia a enquadrar o tal jornalista, acusando-o de promover distúrbios públicos ou coisa parecida. O pessoal do campo jurídico que nos perdoem de algum equívoco por aqui.  O que nos estarrece nessa onda de banalização da boataria que tomou conta do país não é o fato de que um cidadão, que tem como ídolo o coronel Brilhante Ustra, tenha utilizado tal expediente como arma política para atingir seus inimigos políticos. Com o auxílio de um dos seus filhos, evidentemente.  

O surpreendente é que as fake news se tornaram práticas abjetas institucionalizadas, corroendo as instituições por dentro, assim como um câncer em estágio de mestátase. Perdemos muito terreno civilizatório neste sentido. Aqui entra a questão da "conveniência". Seja para a direita ou para a dita esquerda, trata-se de um expediente com o potencial de destruir a reputação de um adversário, de um desafeto,  de um inimigo, para sermos mais precisos. Não à toa que um determinado governador de Pernambuco, do campo da esquerda, mantinha entre seu staff político um grupo que compunha o chamado "Gabinete da Sacanagem", que se prestava ao deserviço de plantar ou espalhar notícias falsas contra os adversários.  Não se enganem os senhores. A esquerda também se locupletou de tal expediente ou se omitiu diante das injustiças cometidas por essas fake news

Ontem ficamos sabendo, através de informes, que nada menos do que um general de Exército de quatro estrelas teria, segundo apurou a Polícia Federal, em depoimento no bojo de delação premiada, incentivado a trupe de espalhadores de fake news a "malhar" um outro general, em razão de o mesmo se mostrar reticente às investidas golpistas. Aliás, a Polícia Federal, que está passando tudo isso a limpo, já sugeriu que os comandantes militares que recusaram a proposta indecente de apoiar um golpe de Estado.  Talvez tenha deixado de cumprir seus deveres cívicos de denunciar as artimanhas ou tessituras antidemocráticas que ocorriam nos corredores da capital federal. Poderia ter ocorrido aqui uma "omissão". Sinceramente? No caso do general Freire Gomes, o militar chegou a ameaçar prender o ex-presidente Jair Bolsonaro caso ele insistisse na sandice de tentar um golpe contra as instituições democráricas do país. Um sujetio com esta postura não pode ser, em nenhuma hipótese, acusado de omisso. Ao contrário, Freire Gomes teve uma atitude muito digna, legalista e republicana.     

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