A reeleição de Nayib Bukele para presidir El Salvador por mais um mandato foi bastante festejado pelos bolsonaristas brasileiros. Aquele país, eternamente conflagrado e vítima constante de arroubos autoritários, por razões óbvias, passa por um momento de profunda instabilidade política, criando o ambiente político favorável à ascendência de políticos com o perfil de Nayib, que surfa na esteira de uma gestão que conseguiu diminuir sensivelmente os índices de insegurança, embora com medidas bastante questionáveis.
Nayib Bukele é uma espécie de populista autoritário. A forma como ele enfrentou o esboço de uma rebelião no sistema prisional daquele país, quando sugeriu que cortaria a alimentação dos dententos caso eles continuassem com a rebelião, soa como música para os ouvidos dos bolsonaristas locais. Até recentemente, com proposição do senador Flávio Bolsonaro, foi aprovado a extinção da chamada "saidinha', um procedimento que prevê a liberação de presos de menor periculosidade e que já estão no sistema semi-aberto, em alguns datas comemorativas, como Natal, Ano Novo, entre outras.
Depois que um desses presos assassinou com dois tiros um policial militar de Minas Gerais, o senador fez a proposta de extinguir tal expediente. O senador Sérgio Moro fez uma sugestão ao projeto, observando que as saídas regulares do sistema semi-aberto, para a realização de estudos, cursos de formação, devem ser mantidas, na expectativa de que esses presos, de fato, sejam ressocializados depois de cumprida suas penas. Circula no Ministério da Justiça uma minuta, deixada pelo ex-Ministro Flávio Dino, que propõe que alguns delitos menores não sejam punidos, necessariamente, com o encarceramento dos culpados. Tal proposta deve causar urticárias entre os bolsonaristas.
E, por falar no Ministério da Justiça, no dia de ontem, o atual gestor da pasta, o ex-ministro do STF, Ricardo Lewandowski, esteve reunido com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. De estilo mais burocrático, Lewandowski deve continuar nessa cruzada de reestabelecer um clima menos beligerante entre o Executivo e o Legislativo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário