Possivelmente, tal data teria sido agendada consoante as rotinas de trabalho do pessoal da Polícia Federal, mas, como estamos na era da teoria da conspiração, logo se sugeriu que a convocação, pela Polícia Federal, do ex-presidente Jair Bolsonato, para depor na próxima quinta-feira, 22, guarda alguma relação com as manifestações que o líder oposicionista agendou com os seu apoiaores para o dia 25, na Av. Paulista. Seus advogados se queixam de ainda não terem tido acesso ao conteúdo integral dos autos que acusam o ex-presidente de ter participado de eventuais tessituras de caráter anti-democráticas, sob investigação da Polícia Federal.
Pelo sim, pelo não, pediram que fosse adiado o depoimento para uma outra data, mas o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, negou o pleito dos advogados de defesa do ex-presidente. Sugere-se que o ex-presidente usará de suas prerrogativas legais de se manter em silêncio durante o interrogatório. Pelo andar da carruagem politica, tal silêncio obsequioso do ex-presidente deveria ser a regra daqui para frente, nunca uma exceção.
Bolsonaro, assim como o presidente Lula, costumam falar de improviso, assim, se tornam suscetíveis aos deslizes verbais inerentes, sobretudo no calor das massas enfurecidas, como se sugere que possa ocorrer no próximo domingo na Paulista. Tanto de um lado, quanto do outro desse cabo de guerra imposto pela polarização política, os nervos estão à flor da pele. É aquilo que o sociólogo jamaicano Stuart Hall advertia: Em tal contexto, se continuarmos alimentando esse processo suicida, as coisas só terminam quando um dos polos esmagar o outro.
Pelo andar da carruagem política, algo sugere que as hordas bolsonaristas radicais deverão atender à convocação do capitão. Este clima de acirramento político ajuda bastante neste sentido. O momento político vivido neste momento no país, de profunda instabilidade institucional, recomenda-se baixar a guarda, construir consensos possíveis, nunca engalfinhar as armas.
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