pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Depois da "ressaca" das manifestações bolsonaristas da Paulista, Planalto fica de olho nos evangélicos e nos trabalhadores de plataforma de aplicativos.
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quinta-feira, 29 de fevereiro de 2024

Editorial: Depois da "ressaca" das manifestações bolsonaristas da Paulista, Planalto fica de olho nos evangélicos e nos trabalhadores de plataforma de aplicativos.


Alguém já advertiu sobre os perigos de sermos submetidos ao excesso de informações. Algumas delas sequer podemos checar se se trata de uma informação procedente ou mais uma fake news, que se tornaram recorrentes. Duas dessas informações recentes precisam ser analisadas com os cuidados que se impõem nesses tempos bicudos. Durante aqueles dias sombrios, onde se tramou contra as nossas instituições democráticas e a abolição do Estado Democrático de Direito, até o momento, a informação que temos é que os comandantes militares do Exército e da Aeronáutica não concordaram com a trama. Hoje, porém, nos chega a informação que, supostamente, o comandante do Exército teria acionado um chefe-militar dos "Kids Pretos", com o objetivo de conversar com o ex-presidente Jair Bolsonaro. O cidadão ficaria responsável pela prisão do Ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes. 

Outra informação, ainda confusa, seria a investida do Governo Lula para se contrapor à força demonstrada pelo bolsonarismo no último domingo 25, na Paulista. Um nicho eleitoral que anda atravessada na traquéia do PT desde a última campanha presidencial são os evangélicos. Por um "mal de origem", o descolamento das bases durante o processo de oligarquização da legenda, o partido perdeu completamente o timing neste sentdo. Chegou o momento que até a insuspeita Deputada Federal Benedita da Silva, aconselhou a Lula estabelecer pautas econômicas genéricas que pudessem incorporar tais grupos, evitando a cilada de se meter em questões mais nevrágicas. A opinião sobre o aborto, por exemplo, quando o petista derrapou num primeiro momento.  

No final o PT perdeu rebanho.  Se destrincharmos o perfil dos votos daquela eleição, possivelmente iremos chegar à conclusão que tal nicho votou majoritariamente no candidato Jair Bolsonaro. É preciso tomar muito cuidado com esse grupo, uma vez que eles são muitos sensíveis às fake news, como, por exemplo, aquela disseminada durante a campanha, onde se dizia que, se eleito, Lula fecharia as igrejas evangélicas. Pelo sim, pelo não, com o apoio estratégico desse grupo às manifestações da Paulista, melhor ficar de orelha em pé e ouvidos bem abertos sobre os ruídos das ruas.  

Assim, o staff de Lula estaria preparando uma série de medidas que poderiam suscitar uma reaproximação com este nicho eleitoral, como reavaliar a questão da tributação dos templos. O que nao nos parece muito claro ainda é a investida sobre os trabalhadores por plataformas de aplicativos, onde se prevê uma série de cumprimentos de direitos trabalhistas básicos, comuns a qualquer cristão. Por que eles seriam diferentes? Aqui vai uma interrogação: Este grupo teria uma identificação maior com o bolsonarismo? 

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