pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: Os controversos relatórios da ABIN sobre a tentativa de golpe do 08 de janeiro.
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quarta-feira, 7 de fevereiro de 2024

Editorial: Os controversos relatórios da ABIN sobre a tentativa de golpe do 08 de janeiro.

 


Quem enfrenta os problemas que o Governo Lula enfrenta neste momento - com défict primário nas alturas e às turras com o Poder Legislativo - pode considerar a questão da ABIN paralela algo pacificado. Conforme já reiteramos alguns vezes, não é este o nosso entendimento. Depois que a Polícia Federal iniciou as investigações sobre um suposto grupo de agentes públicos que atuavam de forma irregular e ilegal na agência com o propósito de monitorar o movmento de adversários do Governo Bolsonaro, com estrutura muito bem montado, que operou até mesmo durante o inicio do Governo Lula, já com nomes indicados pelo próprio governo, logo se conclui que mudanças substantivas precisavam ser feitas na ABIN, para muito além da troca de alguns nomes de sua direção. Não se brinca por aqui, conforme advertíamos.  

Para evidenciar que estávamos certos, no dia de ontem começou a circular uma informação de que o número 02 da agência, Alessandro Moretti, demitido recentemente do cargo, teria sugerido que emitiu um relatório, do conhecimento de autoridades do atual Governo, informando-as sobre a iminente depredação dos órgãos públicos em Brasília, onde se sugere uma espécie de leniência dessas autoridades. Quem acompanhou os debates durante a CPI do Golpe, naturalmente, que colocaria sub-judice alguns desses relatórios. A informação, naturalmente, caiu como uma luva junto a setores da Oposição, que defendem a tese de que autoridades do Governo sabiam dos ataques iminentes.   

Sobretudo por se saber que esta ABIN paralela operava, sem dificuldades, dentro e fora da agência, uma vez que são cada dia mais robustas as provas dessa operacionalização em ambientes de fora do órgão de inteligência, como os aparelhos celulares, computadores e boletins confidenciais encontrados na residência de atores investigados pela Polícia Federal. É enredo para compor os textos dos melhores romances policiais. A estufa corporativa era tão perene que se sugere que bolsonaristas atuavam em conluio com nomes já então indicados pelo Governo Lula, que teriam, segundo a Polícia Federal, tentado atrapalhar as investigações. 

O Governo Lula enfrenta, neste momento, uma espécie de tempestade perfeita, acossado por todos os lados. Superada essa tormenta, voltamos a insistir sobre a necessidade de se proceder uma ampla reestruturação da Agência Brasileira de Informação, conforme documento emitido pelos agentes de cargos efetivos do órgão. É preciso que a ABIN seja dotada de uma estrutura perene, imune aos governos de turno, operando como uma agência de inteligência competente,profissional, atuando dentro das padrões rígidos de um órgão de Estado.   

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