Alí pelo ano de 2013, quando começaram os primeiros movimentos que iriam desaguar no golpe institucional de 2016, todos os dias, através deste espaço, defendíamos o Governo legítimo da ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG). Ao fazê-lo, na realidade, estávamos defendendo as nossas instituições democráticas contra seus assediadores, remando contra essa maré de insensatez que nos atirou neste abismo. É um material importante, uma vez que aborda toda a trama política que culminou com a deposição da ex-presidente, através de um expediente de caráter duvidoso, referendado por instituições que não poderiam com ele concordar. Mas, isso já é uma outra discussão.
O importante mesmo é que, passados os anos, um juiz chamado "tempo" tratou de restituir as verdades sobre aqueles fatos que corroeram nosso tecido democrático, produzindo os ingredientes de um ambiente político caracterizado por essa patologia proto-fascista, de graves consequências. Várias auoridades públicas que estiveram, de alguma forma, envolvidas com aqueles dias turbulentos, vieram a público para reconhecer que fora retirado um mandato legítimo, por motivação política, de uma presidente que se portava de forma republicana na condução dos negócios de Estado. Ou seja, foi e é honesta.
Em outras palavras, foi uma gestora honestíssima, nas palavras do ex-presidente Michel Temer(MDB-SP), que assumiu depois da deposição da presidente. E, por falar em Michel Temer(MDB-SP), ele entrou em mais uma polêmica recente com a ex-presidente Dilma Rousseff(PT-MG), que foi traída por ele, a quem ela delegou a articulação política do seu governo. Todos sabem o que isso significou. Numa movimentação política inusitada e curiosa, especula-se que o ex-presidente estaria em negociações no sentido de substituir o nome da senadora Simone Tebet(MDB-MS), como postulante à Presidência da República, pela legenda emedebista.
Numa entrevista recente, ele teria afirmado que a queda da ex-presidente teria se dado pela ausência de diálogo com o Congresso, pois se trata de uma gestora "honestíssima". A princípio, poderia se pensar que ele tentou ser diplomático com a ex-presidente, mas, a emenda saiu pior do que soneto. Numa resposta dura e inspirada, a ex-presidente informa que não gostaria que o senhor Michel Temer buscasse limpar sua condição de golpista em cima do reconhecimento de sua honestidade. O mais curioso desse embate é que os assessores de Lula estariam preocupados - nos parece que tão somente - com a repercussão do diálogo entre ambos, uma vez que poderia prejudicar as negociações políticas com a legenda emedebista, de olho nas eleições presidenciais de 2022.
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