Hoje, dia 09 foi um dia muito movimentado entre os concorrentes à Presidência da República nas eleições de outubro. Jair Bolsonaro(PL) esteve acompanhando a movimentação de uma marcha para Jesus, proferindo um discurso com fortes conotações "morais', bastante afinado com a platéia que o acompanhava. Ali ele pode falar à vontade sobre aborto, drogas, questões de gênero, família e outros temas igualmente polêmicos, sabendo exatamente qual o posicionamento do público em torno do assunto.
Lula esteve em Diadema, uma cidade que já foi um reduto petista no passado. De acordo com alguns manuais - equivocadamente, por sinal - se atribue a esta cidade a primeira administração municipal do PT. Na realidade, a primeira cidade administrada pelo partido foi Santa Quitéria, no Ceará. Por essa época, o PT, a cada espaço público que ocupava, mantinha aquela ideologia utópica de transformá-lo numa espécie de "moscouzinho", embalados pelos sonhos da militância. Não sem um alto custo, eles acabariam aprendendo que isso não seria possível numa realidade macro econômica orientada pela doutrina do liberalismo político, onde se impõe como necessário governar a polis pensando em todos, nos seus eleitores e naqueles eleitores não petistas.
Em todo caso, ainda persistem os vieses ou sotaques ideológicos da esquerda. Durante os discursos, na presença do tucano recém-convertido ao "socialismo" do PSB, Guilherme Bouros fez um discurso inflamado, conclamando a platéia a expulsar os tucanos da administração pública do Estado de São Paulo, um martírio que já persiste por quase 30 anos. Fala-se muito numa eventual saia-justa imposta ao ex-governador tucano, mas existe uma outra leitura.
O candidato do PT, Fernando Haddad, irá precisar muito do apoio do ex-tucano para chegar ao Palácio dos Bandeirantes, uma vez que o eleitorado paulista tem uma trajetória histórica de antipetismo. No calor das emoções, Guilherme Boulos parece ter esquecido deste pequeno detalhe. Detalhe que pode fazer a diferença nessas eleições, uma vez que a disputa será acirrada. Naquela quadra, o PT sempre cresceu do meio para o fim das eleições. Nunca começou tão bem. É preciso se perguntar se irá manter essa performance até o final das eleições.
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