pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Lula chega a um Ceará "Rachado"
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sábado, 30 de julho de 2022

Editorial: Lula chega a um Ceará "Rachado"



Os padrões de civilidade na política precisam ser enaltecidos, sobretudo nestes momentos bicudos que o país atravessa, quando tornou-se comum o ataques às pessoas e às instituições da democracia. Ataques, aliás, recorrentes mesmo diante dos protestos da sociedade civil e das advertências dos poderes constituídos da República. Assim, louve-se aqui a demonstração de civilidade política do ex-governador Camilo Santana(PT-CE), ao pedir a saudação do público em relação ao ex-governador Cid Gomes(PDT-CE), uma espécie de padrinho político de Santana. 

Ao final de sua fala, ele afirmou que ninguém iria destruir a amizade entre ambos. Da mesma forma agiu Camilo ao se despedir de sua vice, a atual govenadora Izolda Cela, a quem queria que o sucedesse no Palácio da Abolição. Polido e educado, como afirmei antes, pareceu-nos muito sincero em suas palavas, quando percebeu que o partido de Izolda Cela, o PDT, a havia rifado em nome de uma possível imposição do candidato Ciro Gomes(PDT-CE) ao nome do ex-prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio(PDT-CE). 

Como se sabe, tal medida provocou um tsuname na relação entre o PT e o PDT naquele Estado, rompendo uma aliança que representou 16 anos de governos envolvendo o PT e o PDT. Os Ferreira Gomes construíram uma das alianças políticas mais exitosas e duradoras do Estado do Ceará, rompendo um antigo ciclo coronelista na gestão da máquina estadual. Camilo Santana é um dos resultados desse processo e teve a dignidade de reconhecer isso durante a sua fala, mesmo diante das circusntâncias políticas atuais, que os coloca em lados opostos na disputa. Isso talvez explique o fato de Camilo ter deixado o Palácio da Abolição com mais de 70% de aprovação e ter uma eleição assegurada para o Senado Federal.

Como o futuro a Deus pertence, Lula também evitou melindrar os Ferreira Gomes. Mesmo diante das falas de Ciro sugerindo que não o apaoiaria num eventual segundo turno. Não seria de todo improvável que possamos ter um reequilíbrio na competição eleitoral até outubro, a despeito da vantagem hoje do petista. Aquela praça, aliás, é uma das grandes apostas do bolsonarismo, através da figura do candidato do União Brasil, Capitão Wagner, como fortes ligações com as forças policiais do Estado. O racha entre o PT e o PDT pode ter dado um combustível às forças ligados ao bolsonarismo.    

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