Economistas mais consequentes, entre eles Mailson da Nóbrega, em análises recentes, desaconselharam esse pacote de bondades do Governo do Presidente Jair Bolsonaro(PL), mas, as dificuldades com o projeto de reeleição o tornaram viável, mesmo sabendo-se das suas consequências danosas para o equilíbrio das contas públicas. O pacote de bondades custará aos cofres públicos um montante superior aos 41 bilhões de reais, aprovado na condição excepcional de um estado de emergência.
O pacote prevê o aumento do valor do Auxílio Brasil - que passaria dos atuais R$400 para R$600 ; vales para taxistas e caminhoneiros; um vale para aquisição de botijão de gás a cada dois meses; entre outros benefícios. Assim como vem ocorrendo com o Auxílio Brasil, seus efeitos sobre o eleitorado são duvidosos, embora se saiba que o problema da reeleição de Jair Bolsonaro não seja, necessariamente Lula, mas a inflação em alta, conforme enfatizamos no dia de ontem.
A população brasileira, de acordo com levantamento realizado pela Fundação Getúlio Vargas Social, nunca empobreceu num ritmo tão acelerado. A pandemia da Covid-19 deu sua contribuição para esse processo, ao desarranjar vários setores da economia, mas não foi apenas isso. As oportunidades de emprego formais voltaram a crescer, atingindo, inclusive, um dos setores mais prejudicados durante o período, o de serviços. O país, no entanto, deixou de pensar em sua população mais socialmente fragilizada, como em período anteriores, onde milhões saíram da condição de extrema pobreza. Ausência de políticas públicas eficazes, permanentes e estruturadoras são as responsáveis por produzir esse efeito "bumerangue".
Faltam menos de 100 dias para as eleições e torna-se difícil prevê os efeitos desse pacote até lá. O problema do Auxilio Brasil, por exemplo, não estaria relacionado ao valor do benefício, mas a uma percepção entre seus beneficiários, que não estariam associando-o ao Governo Bolsonaro. Anda sendo veiculada uma campanha institucional na TV sobre o programa que, a rigor, segue o mesmo script das campanhas institucionais do antigo "Bolsa Família". Talvez o Governo esteja mais perto de descobrir qual o real problema com o Auxílio Brasil.
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