Já antecipamos por aqui que estamos repercutindo apenas as denúncias do ex-candidato à presidência da República, Ciro Gomes(PDT-CE), sobre a iniciativa do Governo Lula em pagar uma dívida de R$ 93 bilhões em precatórios, dívida deixada pelo Governo anterior, já ajustada com o Poder Legislativo para ser rolada pelos próximos dez anos. O Governo Lula, inclusive, teria acionado o Supremo Tribunal Federal para antecipar o seu pagamento. Pelas circunstâncias e valores em jogo, as denúncias do ex-canddiato, durante uma entrevista a um programa da CNN, alcançou enorme repercussão nacional.
O que Ciro afirma é que dois bancos teriam adquiridos esses papéis podres por um preço abaixo do valor real, pois já sabiam que o Governo iria pagá-los - entra aqui a questão da informação privilegiada - auferindo um deságio da ordem de 50%, ou seja, para cada R$ 500,00 pagos aos credores legítimos, teriam recebido do Governo, mesmo que indiretamente, R$ 1.000,00. Como estamos tratando aqui de um montante de R$ 93 bilhões, tais bancos poderiam ter auferidos, sem muito esforço, caso se confirmem tais informações, a bagatela aproximada de R$ 50 bilhões. Legalmente, o Governo estaria impedido de vender tais precatórios aos bancos, mas o que o pedetista está afirmando é que as vendas foram "indiretas". Os credores legítimos já teriam negociados esses títulos com os bancos.
Esta é a narrativa do ex-candidato, que ele pretene explicar com mais detalhes em sua Newsletter desta semana. Até este momento, o Governo não se pronunciou sobre o assunto. Há rumores de que os parlamentares de oposição estão dispostos a convocarem autoridades econômicas do Governo para se pronunciarem sobre o assunto. A PGR também teria sido acionado para se pronunciar sobre o assunto. Algumas questões levantadas pelo cearense, de fato, mereceriam algumas explicações.
As circunstâncias em que o Governo resolveu pagar essas dívidas são realmente inusitadas, pois já amargava um déficit público gigantesco, cortando na carne, sem dinheiro para isso, sem dinheiro para aquilo. Reafirmamos aquilo que dissemos no início: Não há elementos concretos que digam ter havido aqui alguma maracutaia com dinheio público que possam ter superados os maiores escândalos de corrupção do país, conforme sugere o ex-governador do Ceará. Ciro Gomes tem duas qualidades que admiramos bastante: É um quadro bastante preparado. Passou pela vida pública incólume, sem denúncias de malversação de recursos do erário, orientado pelo espírito público, coisa rara num país como o nosso. Suas inquietações devem ser consideradas.
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