No dia de ontem, 12, onze detentos que estavam realizando um trabalho externo no pátio de um presídio no Ceará empreenderam fuga. Neste ano, o Estado do Ceará tem registrado inúmeras fugas de presos, embora alguns deles sejam recapturados logo em seguida. Numa dessas fugas, os presos cavaram um túneo a partir da latrina que ficava numa das celas. 12 deles conseguiram empreender fuga. O mais curioso é que as imagens tiradas do local depois da fuga mostram sacos de areia retirados empilhados nos espaços de concreto onde os presos dormiam, sem possibilidade de serem enxergados de fora da cela. Conclui-se que fazia um bom tempo que as celas não eram revistadas, o que significa uma falha no sistema de segurança.
Não podemos fazer uma afirmação com mais precisão por aqui, mas, a princípio, nos parece que a fuga do presídio de Mossoró deve ter estmulado outras fugas pelo país afora. Somente este ano já foram registradas fugas nos Estado do Piauí, além de Minas Gerais. Em Mato Grosso do Sul, por exemplo, dois outros detentos fugiram de um presídio de segurança máxima estadual. Um deles foi recapturado numa espécie de "Hotel do Crime", ou seja, uma residência que se prestava à finalidade de abrigar presos em fuga. Os caras estão muito bem organizados.
No dia de ontem, a Policia Federal fez algumas considerações sobre as dificuldades de recapturar os presos que fugiram da Penitenciária de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O argumento é que eles estão num terreno que oferece boas condições de empreender fuga, diferentemente das circunstâncias do que ocorreu com Lázaro Barbosa, em Brasília. Lázaro precisava exigir comida das casas por onde passava ou se escondia. Os fugitivos de Mossoró têm acesso a mangas, melões, melancia, bem como o terreno é arenoso, o que facilita cavar buracos. Soma-se a isso, as constantes chuvas, que apagam os rastros deixados.
Estamos ainda em meados do mês de março, sendo precipitado fazer algum prognóstico sobre estatísticas de quantos presos empreenderão fuga no ano, assim como estabelecer algum comparativo com os anos anteriores. Em todo caso, é possível que o caso de Mossoró tenha estimulado outras fugas pelo país afora. O Governo Lula tem um sério problema de segurança pública a ser enfrentado. Há quem afirme, inclusive, que a adoção das medidas duras verificadas em São Paulo já se seja uma medida de o governo de Tarcísio de Freitas se "contrapor' às fragilidades do Governo Federal em torno do enfrentamento do problema.
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