Não faz muito tempo, publicamos por aqui uma postagem tratando dos erros primários cometidos pelos conspiradores que estiveram envolvidos com a trama golpista do 08 de janeiro. Em matéria de capa de sua edição deste semana, a revita Veja traz uma reportagem tratanndo dos fatos "surreais" que estiveram relacionados àqueles episódios. Não se dão mais golpes de Estado como antigamente, com tanques e pessoas armadas nas ruas. Os procedimentos hoje são mais sutis, não raro operando a partir da própria institucionalidade, com o propósito de solapá-la. Curioso que as condições inerentes a um golpe de Estado tradicional são sempre invocadas pelos bolsonaristas radicais, inclusive, para negar que houve uma tentativa de golpe no país.
O que ocorreu nos dias ou meses que antecederam ao 08 de janeiro é, como classifica a revista, algo, de fato, surreal. Os conspiradores, para cometerem tantas impropriedades, sugere que estavam convencidos sobre a irreversibilidade do processo autoritário e certos de que não haveria mais instituições democráticas para alcançá-los. A revista sugere que eram recorrentes as propostas de caráter golpistas encaminhadas ao capitão. Ou seja, ocorreu uma espécie de "banalização" do golpe de Estado entre os principais atores que gozavam do convívio mais estreito ou do "entorno" do ex-presidente.
O assunto chegou a ser tratado numa reunião ministerial, gravada e aberta, onde supõe-se, neste caso, que não se tratava apenas de um descuido de segurança ou vazamento imprevisto, mas a incômada naturalidade com que o assunto era tratado nos estertores da ancien régime. A revistas teve acesso a trechos do depoimento do tenente-coronel Mauro Cid, que deverá voltar a depor na Polícia Federal na próxima segunda-feira, dia 11. Vale a leitura.
Para quem, como nós, acompanha o cenário politico pernambucano, também recomendamos uma matéria, nesta mesma edição, sobre a "tempestade perfeita" enfrentada pela governadora Raquel Lira(PSDB-PE). Momento político delicado enfrentado pela herdeira dos Lyra, principalmente no tocante à crise de segurança pública, onde se verifica um aumento exponencial dos casos de mortes violentas intencionais em 2024, quando se compara com os mesmos índices observados em 2022. Neste ritmo, logo superaremos a Bahia no ranking de Estado mais violento do país. Infelizmente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário