pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: Os tucanos cogitam a possibilidade de apoiar Tabata Amaral em São Paulo
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sexta-feira, 15 de março de 2024

Editorial: Os tucanos cogitam a possibilidade de apoiar Tabata Amaral em São Paulo



Desnecessário mencionarmos aqui os inúmeros erros cometidos pelos tucanos ao longo desses últimos anos, responsáveis diretos pela situação em que eles se encontram hoje, tentando aparar as arestas internas, juntar os cacos e se recompor enquanto um grêmio partidário importante, que já ocupou a Presidência da República por dois mandatos com Fernando Henrique Cardoso. O PSDB nasceu como uma ala autêntica, dissidente do antigo PMDB, com nomes de peso no cenário político brasileiro, a exemplo de Mário Covas e Franco Montoro. 

O ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, assume a presidência da legenda num momento bastante delicado. Esteve recentemente aqui no Recife com o propósito de prestigiar a governadora Raquel Lyra(PSDB-PE), que, segundo especula-se, estaria sendo assediada pelo PSD e o MDB. A governadora defende uma posição menos radical do partido em relação ao Governo Lula, com quem estabele parcerias importantes para o Estado. É voto vencido em tal posição. O afago também cumpre a função de evitar mais uma provável "sangria' na legenda.   

Os problemas do partido, aliás, são generalizados, ou seja, ocorrem por todo o país. Não raro, o governador do Rio grande do Sul, Eduardo Leite, também demonstra insatisfações com o partido. Em São Paulo, onde a legenda construiu o seu ninho mais emplumado, as coisas também não vão bem. Num passado distante, dizia-se que parcela do eleitorado paulista era fielmente tucana. Hoje a prudência não recomenda apostar nesta hipótese. Enquando o PL festejava a presença de milhares de pessoas na Paulista para prestigiar o ex-presidente Jair Bolsonaro, os tucanos lavavam as roupas sujas na sede do partido no Estado. 

Sobretudo numa eleição municipal, a estratégia ótima que se apresenta para reestrurar um grêmio partidário seria lançar o maior número possível de candidatos às prefeituras municipais, sem os constrangimentos impostos pelas alianças em nível nacional. Ocorre, porém, que, nem sempre, esses nomes estão disponíveis, como ocorre em São Paulo, onde o partido, simplesmente, não conta com nenhum nome competitivo para a disputa do Edifício Matarazzo. 

Neste caso, teriam que elencar, entre os concorrentes,  o nome de alguém com um perfil de afinidade suficiente para que eles pudessem apoiar. O apoio a Ricardo Nunes(MDB-SP) seria uma das hipóteses, mas eles não querem dar tanta bandeira. Por enquanto, melhor não se meter nesta briga de cachorros grandes entre Boulos e Nunes. A ideia de não radicalizar em relação ao Planalto, conforme sugere Raquel Lyra, também está descartada. Sobraria, como opção, alguém com o perfil de Tabata Amaral, ali pelo centro do espectro político, apadrinhada por um ex-tucano do bico fino. 

As negociações avançam, mas existem alguns embaraços, como a exigência dos tucanos no sentido de indicaram o candidato a vice na chapa, cargo já prometido ao apresentador José Luiz Datena. O mais interessante nessa história é que, em Pernambuco, a governadora tucana Raquel Lyra é inimiga figadal do prefeito do Recife, o socialista João Campos, que namora a Deputada Federal Tabata Amaral. São as cambalhotas que o campo da política pode produzir. No Estado vizinho, a Paraíba, os socialistas não rejeitam nem mesmo os bolsonaristas arrependidos. 

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