No dia de hoje, 26, o ex-comunista Aldo Rebelo concedeu uma entrevista à CNN. Rebelo, que hoje ocupa a Secretaria de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo, pleiteia a vaga de vice na chapa onde Ricardo Nunes(MDB) deverá disputar a reeleição. Quem acompanha de perto este processo, sabe que são muitos os postulantes a uma única vaga e, quase sempre os nomes sugeridos não conseque a unanimidade do staff do gestor, como o do capitão Mello, ex-comandante da Rota, indicado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. E olha que o PL, pelos acordos partidários, tem a prerrogativa dessa indicação.
Ontem discutíamos por aqui a situação dos tucanos naquele cenário. Era vontade da bancada de vereadores o apoio ao projeto de reeleção de Nunes, mas já decidiram, em votação, que não mais integrariam a frente montada pelo prefeito. Deve ter pesado bastante o fato de eles não indicarem um candidato a vice. Convenhamos, falta cacife para isso. Neste caso, voltaram a reestabelecer as negociações com a candidata Tabata Amaral, do PSB.
Rebelo corre ali por fora, mas muito bem azeitado, pois nos parece um grande conciliador, bem visto pelo staff político que acompanha o prefeito. Durante a entrevista, depois de se "explicar", inevitavelmente, sobre a sua mudança de perfil político - Rebelo era militante renhido do PCdoB - o secretário, ao responder uma pergunta sobre Guilherme Boulos, deixou escapar uma eventual estratégia de narrativa que o grupo de Nunes poderá utilizar contra o candidato do PSOL, apoiado pelo Planalto.
Devem explorar a inexperiência administrativa do candidato, além da sua condição de agitador, o que deve afugentar eleitores conservadores, não necessariamente bolsonaristas radicais. Boulos precisa se preparar bastante para se contrapor a essas narrativas encampadas pelo grupo do prefeito Nunes. O ex-comunista Rebelo demonstra uma falta de saturação em relação a este identitarismo exacerbado dos grupos de esquerda ou progressista que, segundo ele, tira o foco dos problemas reais. Aqui vamos concordar com ele.
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