Talvez em razão da grande credibilidade conquistada pelo Instituto Datafolha - uma vez que outros tantos institutos já apontaram a tendência de grande equilíbrio na disputa pela Prefeitura da Cidade de São Paulo - nenhuma das últimas pesquisas de intenção de voto sobre a disputa na capital paulista repercutiu tanto como esta última divulgada pelo Instituto. Um outro fator que pode ter pesado diz respeito à queda da popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apontada, inclusive, pelo próprio Datafolha, com um recorte sobre o seu desempenho no Estado, onde o morubixaba petista perde 9 pontos em relação à pesquisa anterior do Instituto.
A rigor, o apoio expressivo do presidente Lula ao candidato do PSOL, Guilherme Boulos, não mudou significativamente o cenário de suas expectativas ou tendência de votos. Tampouco o ingresso da ex-prefeita Marta Suplicy alterou o quadro. Por outro lado, vivendo um momento de céu de brigadeiro, o ex-presidente Jair Bolsonaro(PL-DF), mesmo com as encrencas jurídicas em curso, pode ter contribuído para alavancar o desempenho de Ricardo Nunes(MDB-SP) nas pesquisas de intenção de voto. A diferença entre ambos, Nunes e Boulos, observadas em pesquisas anteriores, já foi bem mais expressiva. Como já afirmamos por aqui, do ponto de vista estritamente eleitoral, os políticos que subiram no palanque da Paulista para acompanhar o capitão fizeram um cálculo político correto.
Conta a favor de Nunes, inclusive, uma rejeição menor do que a do candidato apoiado pelo Planalto. A candidata do PSB, Tabata Amaral pontua com 8% das intenções de voto, igualmente em empate técnico com a candidata do Novo, que crava 7%, numa performance até surpreendente, assim como ocorre com o candidato do PSTU, Altino, que aparece com 2% das intenções de voto, um escore nada desprezível para um candidato de um partido essencialmente anti-burguês. O PSTU é oriundo da tendência Convergência Socialista, expulsa do PT pelo seu radicalismo e recusa em entrar no processo de institucionalização da legenda.
Assim como a própria Marina reclama, também consideramos prematura por aqui as análises sugerindo que a candidata do Novo possa estar sendo confundida com a Ministra do Meio-Ambiente, Marina Silva. Apesar das rusgas internas, o Novo é um partido em ascenção. Marina Helena é suplente de deputada federal, o que quer dizer que já se expôs ao eleitorado. Pode estar colhendo os frutos dessa exposição.
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