A janela partidária está se aproximando e, com ela, num movimento natural, espera-se que ocorram algumas mudanças de sigla entre os parlamentares. Algumas delas passarão até despercebidas, mas, em razão do capital político de algumas lideranças, haverá uma especulação maior da imprensa em torno do assunto. Um desses atores políticos que a imprensa acompanha detidamente os movimentos é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, atualmente filiado ao Republicanos, mas, segundo se especula, com os dois pés no PL do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Dizem até que tal transição já poderia ter sido anunciada no encontro bolsonarista na Paulista, mas os caciques resolveram aguardar mais um pouco. Os dois, Tarcísio e Bolsonaro, vivem trocando afagos e amabilidades durante suas aparições públicas. Tarcísio se rasga em elogios ao ex-presidente, apresentando-o como um fenômeno político que deve ser estudado. Constantemente malhado, inelegível, na iminência de ser indiciado pelo 08 de janeiro, conseguir reunir multidões em suas aparições públicas não é para qualquer um.
Para nós, fica mais semples explicar porque o PL seria o destino natural para o governador, que cumpre fielmente uma agenda bolsonarista raiz no Estado de São Paulo, a explicar por que ele estaria deixando o Republicanos. Como se sabe, Tarcísio se opõe ao flerte de sua legenda com o Planalto, mas não deve ser apenas por isso. Quando ao seu interesse pelo PL, apesar das inúmeras estrelas em ascendência no escopo do bolsonarismo, dentro ou fora da legenda, a exemplo do governador Ronaldo Caiado, seja para 2026, seja para 2030, como mais provável, não há duvidas de que, neste momento, Tarcísio de Freitas se coloca como o herdeiro mais legítimo do espólio político bolsonarista.
Ao passo em que Tarcísio está com os dois pés dentro, especula-se que o ex-Ministro do Meio Ambiente do Governo Bolsonaro, Ricardo Salles, estaria com um pé fora da legenda. Diante desas especulações, o próprio parlamentar fez questão de enfatizar que sua admiração pelo líder Bolsonaro continua inalterada. Não procede, portanto, sua inteção de deixar a legenda, apesar das mágoas de não ter recebido o apoio do partido para disputar a eleição municipal deste ano.
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