Mantivemos nossa trincheira em defesa de princípios republicanos, democráticos, constitucionais, humanitários e civilizatórios, mesmo durante as intempéries protofascistas que o país atravessou durante esses últimos anos. Quando identificados por esses grupelhos, isso não fica barato, pois o ódio e a destruição é o alimento que orienta a ação dessa gente. Pelo andar da carraugem política, estamos longe de termos superado tais intempéries, pois a cada dia, constantamos alguns fatos escabrosos, que nos deixam cada vez mais estarrecidos.
Quando pensamos que já atingimos o fundo do poço, eis que chegamos à conclusão de que o buraco é mais embaixo. Agora sugere-se que recursos públicos transferidos pelo erário para as agremiações partidárias, através do fundo partidários, possam ter sido utilizados com fins nada democráticos ou eleitorais, mas para financiar armações golpistas contra a própria democracia representativa que esses partidos integram e deveriam zelar.
Um grêmio partidário fazer uso de tais recursos para tramar contra as instituições democráticas de um país é algo esdrúxulo e inconcebível. Meio que esquizofrênico também. Claro que o fato requer uma apuração rigorosa, mas a simples menção a tal possibilidade indica que os atores que estiveram por trás da tentativa de golpe do 08 de janeiro não tiveram o menor escrúpulo em usar de todos os meios possíveis para viabilizarem tal intento, felizmente abortado em razão da recusa de alguns homens de bem em participarem da empreitada autoritária.
No dia de ontem, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro e o seu ex-ajudante de ordens, o tenente-coronel, Mauro Cid, em razão de suposta adulteração de documento público, no caso específico do cartão de vacinação. Hoje, 20, ficamos sabendo que o tenente-coronel Mauro Cid, a despeito da brilhante carreira militar, não será promovido nas Forças Armadas. No contexto dessas colaborações premiadas, levanta-se a hipótese de um general encrencado até a medula nas tecissutas golpistas ter requisitado a um dirigente partidário recursos da ordem de cem mil reais para viabilizar o emprego de Kids Pretos na materialização do golpe de Estado. Dinheiro de nossaos impostos, encaminhados à legenda através dos chamados fundos partidários, conforme já explicitamos acima, mas nunca é demais repetir, dada a gravidade da situação.
Esses caras colocaram, irresponsavelmente, o país numa espiral institucional das mais complicadas. Perderam as eleições, mas continuam sem respeitar a vontade soberana das urnas, arregimentando as condições necessárias para aplicar um torniquete no Governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como ocorria naqueles idos que antecederam ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, quando ela passou a ser xingada em eventos públicos, eles já ensaiam as mesmas práticas de antes, com os bordões conhecidos, nos eventos que estão participando, explorando, ao máximo, o monento difícil enfrentando pelo governo. O MP está acionando o Tribunal de Contas da União no sentido de solicitar o bloqueio desses recursos para o tal grêmio partidário.
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