pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO: Editorial: O PT não recupera mais o capital político perdido junto aos evangélicos. O partido já foi suficientemente "demonizado" pela extrema-direita.
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terça-feira, 12 de março de 2024

Editorial: O PT não recupera mais o capital político perdido junto aos evangélicos. O partido já foi suficientemente "demonizado" pela extrema-direita.



A experiência de vida nos ensina que algumas coisas ou não compensa o esforço ou simplesmente não mais podem ser revertidas. Eis aqui uma situação que pode exemplificar a relação dificílima construída pelo PT junto ao eleitorado evangélico. O partido abriu a guarda e a direita ou extrema-direita tratou de fazer o serviço. O próprio Lula, ainda no início da campanha presidencial, já teria chegado à conclusão de que se trata de um caso perdido, ao admitir que não sabia como o partido havia criado um hiato tão gigantesco com esta parcela do eleitorado.

O PT, enquanto agremiação partidário, passou por um processo interno de oligarquização violento e afastou-se das bases. Segundo o sociólogo Robert Michels, trata-se de um processo natural e irreversível quando estamos tratando de organizações sindicais ou partidos políticos. Neste caso, é inútil tentar fazer este caminho de volta. O divórcio já está consolidado. Os evangélicos também mudaram muito ao longo desse tempo, algo que não foi acompanhado pela legenda, colocando para o partido o mesmo dilema da última campanha, quando seus líderes não chegaram a uma conclusão sobre que caminho trilhar para esta reaproximação. Talvez não haja este caminho. Há alguns anos atrás, quem poderia imaginar o fenômeno nas narcomilícias evangélicas?  

Pelo andar da carruagem política, alguns próceres petistas estariam aconselhando a Lula a adotar os mesmos expedientes de alguns anos atrás, onde o partido tinha alguns interlocutores que cumpriam a tarefa de limpar o meio de campo junto às lideranças evangélicas. Mais ou menos o mesmo que se fazia ainda na década de 80, quando o morubixaba petista se candidatou pela primeira vez e os evangélicos, já então insuflados pelas narrativas mentirosas da direita, achavam que ele iria comer as criancinhas. 

Por essa época, aqui em Pernambuco, o saudoso professor Robinson Cavalcanti, bispo anglicano ligado à legenda, cumpria muito bem esta missão de desfazer essas narrativas equivocadas. As últimas pesquisas apontando a queda de popularidade de Lula passaram a preocupar sensivelmente alguns setores da legenda, que consideram ser urgente a necessidade de impedir a erosão de aprovação do Governo.  O PT, por exemplo, está perdendo a guerra de narrativas sobre a pauta de costumes para a direita bolsonarista. Junto a este nicho eleitoral, a queda de popularidade do PT vem caindo sensivelmente. 

Com duas comissões das mais importantes - onde a pauta de costumes é agenda recorrente - a de Constituição e Justiça e a de Educação nas mãos de bolsonaistas radicais os leitores podem bem imaginar as dores de cabeça que virão pela frente. Neste sentido, há rumores de que o Governo pode entrar para valer na disputa que se trava pela sucessão do alagoano Arthur Lira na Presidência da Câmara dos Deputados. A ideia é apostar todas as fichas na candidatura do pastor Marcos Pereira, do Republicanos. Só não vale deixar o Lira perceber a manobra. 

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