pub-5238575981085443 CONTEXTO POLÍTICO. : Editorial: O terrível editorialista do Estadão agora se superou.
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segunda-feira, 25 de março de 2024

Editorial: O terrível editorialista do Estadão agora se superou.


Há algumas coisas que a gente não consegue entender. O editorial de hoje, dia 25, do Estadão, contrariando toda uma narrariva favorável ao envolvimento da Polícia Federal no caso Marielle - que acabou por elucidá-lo, apontando seus executores e mandantes, todos devidamente encarcerados ou sob restrições severas, como é o caso de um dos delegados que agia em conluio com o chefe de polícia - considera estranho e com conotação política tal envolvimento. Não tivemos acesso ao editorial por completo, o que nos facultariam emitir um juízo de favor mais coerente, mas a linha de raciocínio é, no mínimo, aí sim, estranha ou estafúrdia. 

A não federalização do crime, desde o início, sempre se constituiu numa estratégia dos algozes da vereadora, no sentido de que os reais culpados pelo duplo assassinato nunca fossem encontrados. Aliás, há aqui um cem números de manobras urdidas neste sentido, coordenada por um agentes estratégicos, que operarvam a partir da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro, como é o caso de um chefe de polícia, um delegado e um comissário, escalados sob medida para não permitirem que o caso fosse solucionado. O mais escabroso é que a própria família da vereadora, por confiar tanto nas autoridades locais, se colocaram contra a federalização. 

Somente depois da entrada da Polícia Federal, do Ministério Público é que o caso teve andamento, culminado, no dia de ontem, com seu completo esclarecimento. Foram presos os mandantes do crime, uma vez que os executores já estavam detidos. O editorialista também vê uma conotação política no caso. Sempre houve. A morte de Marielle Franco foi um crime político. Hoje se sabe que ela foi assassinada por sua atuação política, que prejudicava os negócios explorados pelas milícias em sua área de atuação, como a grilagem de terra para loteamento, projeto de interesse dos Brazão. 

Marielle, inclusive, aconselhava os moradores locais a não entrarem no empreendimento. Será que o racicínio de conotação política vai no sentido de inferir eventuais ganhos políticos do Governo Lula com a solução do caso? Também não é por aí. O eventual dividendo positivo é uma gota d'água no oceano de encrencas que o Governo Lula enfrenta na área de segurança pública, uma pauta hoje sob controle efetivo de grupos conservadores alinhados com a bancada da Bala no Legislativo. Lula, por exemplo, foi literalmente "emparedado' com a PEC da saidinha, aprovada com folga depois dos ajustes pontuais. 

Se vetar, como seria o previsível no contexto de um governo de perfil de maior sensibilidade e respeito aos direitos humanos, amargará mais uma derrota. No dia de ontem, um jornalista estava levantando uma questão, de fato, preocupante. A possibilidade de eventuais rebeliões nas unidades prisionais do país com tal medida. Sabe-se que o nosso sistema carcerário são verdadeiras masmorras, conforme atesta o próprio Supremo Tribunal Federal, a partir de pesquisas realizadas nessas unidades. Na lógica da Bancada da Bala, no entanto, quanto pior melhor.    

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