Nos últimos anos, se tornaram até comuns a presença de Polícia Federal nos corredores do Poder Legislativo, em Brasília, cumprindo mandados de busca e apreensão em gabinetes de parlamentares. Salvo melhor juízo, ainda continuamos com as melhores notas nos rankings das nações mais corruptas do mundo. Infelizmente. No dia de ontem, por ocasião da 25ª fase da operação lesa-pátria, a Polícia Federal apreendeu com um dos implicados no fomento e financiamento à tentativa golpista do 08 de janeiro, um verdadeiro arsenal de guerra.
Neste aspecto, a PF tem dado até sorte. Entra com um mandado para cumprir ações específicas e acaba encontrando coisas até mais cabeludas. O ex-presidente de uma agremiação partidária destituído do cargo, apresenta um dossiê sobre eventuais irregularidades cometidas pelo seu sucessor. Parece ter aprendido a lição com uma velha raposa da política baiana, que costumava usar tal expediente para chantagear seus desafetos.
E assim caminha o Brasil descendo a ledeira, lavando a roupa suja em praça pública. A construtura que deixou ao léu ferramentas que permitiram aos detentos escaparem do presídio de segurança máxima de Mossoró está em nome de um laranja que mora na periferia de Brasília e recebeu o auxílio Covid-19. Na época da Ditadura Militar, alguns jornais publicavam receitas de bolo, quando tinham suas matérias censuradas. Mesmo assim, o competente jornalista Sérgio Porto, mais conhecido como Stanislaw Ponte Preta, encontrava uma meneira de se inspirar em alguns fatos pitorescos para as suas crônicas.Segundo uma biografia do cronista, nem na praia,com os familiares, ele se permitia baixar a guarda. Uma das coisas que nos intrigam até hoje é que os militares nunca incomodaram o Sérgio Porto.
Se Sérgio Porto vivesse em nossos dias, o que não faltaria seria motivos para despertar sua inspiração e pena afiada. A Oposição, acossada pelas ações de busca e apreensão em seus gabinetes, resolveu apresentar uma PEC, que já está sendo denominada de "PEC da Blindagem", com o propósito esdrúxulo de impedir ações de buscas e apreensões no Legislativo, sugerindo uma interdição específica, salvaguardando alguns atores, algo que não se aplica a nenhum cidadão ou cidadã comum. Ah! E, por falar em Sérgio Porto, a empresa que está em nome de um laranja possui capital de 195 milhões e ostenta o curioso nome de R7- Facilities.
Nenhum comentário:
Postar um comentário