No dia ontem, recebemos aqui no apartamento, a visita de um recenceador do IBGE. Não sei se o método de levantamento de dados foi aprimorado, mas, anteriormente, a entrevista era bem mais extensa. Pode ter a ver também com questões econômicas. Salvo melhor juízo, o próprio senso esteve na iminência de não ser realizado, criando algumas indisposições entre servidores do órgão e o Governo, argumentando sobre os danos que poderiam advir, no que concerne ao planejamento de políticas públicas, de um país não conhecer as informações básicas sobre a sua população.
Aliás, outros órgãos públicos de pesquisas, fomento e universidades estão enfrentando o drama do corte de verbas, de pessoal, inviabilizando o custeio de serviços essenciais e a realização dos seus trabalhos. Sempre que fazia referências a esses órgãos, por alguma razão, esquecia do IBGE, mas o drama deve ser o mesmo de outros órgãos no âmbito do serviço público federal, como o IPEA, a EMBRAPA, IBAMA, ICMbio, entre outros. À época comentou-se até mesmo sobre um censo meia-sola, capenga, limitado, em razão dos cortes de recursos. Enfim, vale a pena uma reflexão e um aprofundamento mais consistente acerca deste assunto.
O fato concreto é que as perguntas foram bem mais objetivas - ou limitadas - restringindo-se, basicamente, à renda, raça, quantitativo de moradores na residência e condições de moradia, como o acesso à agua, coleta de lixo e esgoto. O curioso é que a única pergunta sobe o domicílio se restringiu a um questionamento sobre se existiria um ou mais sanitários dentro de casa. Isso me fez lembrar de um outro censo, onde, de acordo com os móveis que você tinha no domicílio, se poderia tirar conclusões sobre o perfil de classe social do indivíduo. Você ter uma aspirador de pó em casa poderia fazer toda a diferença. Desta vez parece-nos que ter mais de um sanitário no domicílio pode significar muita coisa.
Mas, o melhor ainda estava por vir: Quando a recenseadora nos perguntou sobre como nós nos identificávamos em termos de raça: Num país miscigenado como nosso, não titubeamos: parda. Nunca mudei de cor, por nenhum motivo, muito menos para ser simpático a este ou aquele eleitor, como ocorreu recentemente com um ator político conhecido de todos os brasileiros. Como se trata de uma pessoa de bom-senso e de tiradas de bom-humor, acredito que irá reconhecer o equívoco.
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