Outro dia, li a informação de que o staff de campanha de Lula havia abandonado alguns nichos eleitorais importantes, como o agronegócio e os evangélicos. Não por algum salto alto, mas, possivelmente, por estabelecer outras diretrizes ou prioridades de campanha diante das adversidades produzidas, por exemplo, pela investida agressiva do adversário no campo da economia, com os reflexos diretos sobre o seu desempenho nas pesquisas de intenção de voto.
Mais do que nunca, será preciso estabelecer prioridades e, talvez, o julgamento é o de que esses grupos não seriam prioritários. A relação de Lula com os evangélicos já esteve bem melhor no passado, sendo eles um grupo importante para conduzi-lo ao Palácio do Planalto. Na eleição de Dilma Rousseff(PT-MG) essa relação ainda estava bastante azeitada. Se há um nicho eleitoral em relação ao qual Lula lamenta profundamente ter perdido esse vínculo orgânico, trata-se dos evangélicos. Em mais de um momento, ele teria confidenciado isso aos seus interlocutores.
Infelizmente, apenas preocupados com o processo eleitoral, o PT oligarquizou-se e perdeu vínculos com alguns setores orgânicos da sociedade, com os quais essa relação era forte. Isso explica o fato de o partido ter perdido esse "contato", hoje algo difícil de ser reconstruído. No passado, o PT já teve núcleos partidários específicos e interlocutores confiáveis para manter esse azeite. Isso numa época em que os evangélicos achavam que Lula comia criancinhas, conforme as narrativas para demonizar os "comunistas".
Agora, nesse tempos bicudos em que a mentira tornou-se uma "arma política" poderosa, seus adversários estão espalhando absurdos até mais grave em relação ao candidato do PT, como, por exemplo, associá-lo às drogas. Algo execrável, irresponsável, que deve ser ostensivamente repelido por sua assessoria jurídica e submetido às autoridades eleitorais. Infelizmente, a despeito de todas as medidas adotadas até aqui pela Justiça Eleitoral, a campanha de 2022 ainda terá muito lixo a ser removido.
Não se trata, na realidade, de o PT ter "desistido" desse nicho eleitoral, mas, a rigor, de talvez não ter reunido a competência necessária para reconstruir essas pontes. Deveriam começar por não generalizá-los, pois existem inúmeros grupos de evangélicos, em alguns casos, brigados entre si até mesmo nas disputas pelo controle da poderosa bancada de representantes parlamentares. Sobre as "teses' há também fraturas expostas entre esses grupos, com pautas que, inclusive, se afinam com o programa do partido. Ao editor, preocupa, entre esses grupos, aqueles que estão estabelecendo uma aproximação perigosa com milicianos encrustados nas favelas ou periferias pobres onde eles atuam. proximidade "geográfica" que está assumindo outros padrões de relações, em alguns casos, contraditórias e ilegais.
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