Mesmo institutos de pesquisas como o Datafolha, com uma grande espertise na realização de pesquisas de intenção de voto - apesar de apontar uma ainda folgada diferença entre os dois principais concorrentes ao Palácio Planalto - já sinaliza para um ligeiro esboço de reação do presidente Jair Bolsonaro(PL) na corrida presidencial. Logo em seguida, veio a pesquisa do Quaest\Genial, coordenado pelo cientista político Felipe Nunes, que mostrou, ponto a ponto, como isto estava ocorrendo em diversos segmentos do eleitorado, o que evidenciava-se que a bolha da vantagem estava sendo furada em favor do presidente. A última pesquisa divulgada pelo Instituto foi a melhor para Bolsonaro em sua série histórica de pesquisas.
Até o mais renhido eleitor petista sabia que, em algum momento, as medidas adotadas pela PEC Kamikaze produziria seus efeitos sobre o eleitorado. O eleitor comum, aquele beneficiário do Auxilio Brasi ou do Vale-Gás, está muito pouco preocupado com essa estória de crise institucional ou sobre o número de assinaturas da Carta pela Democracia. São 90 milhões de cidadãos e cidadãs eleitores, em sua grande maioria concentrados nos grotões mais pobres do país, como a região Nordeste, onde - não por coincidência - o presidente Jair Bolsonaro melhorou seus índices. O encadeamento é simples, conforme discutimos no último editorial: melhora a percepção do cidadão sobre os rumos da economia, melhora a avaliação do governo, ampliam-se suas possibilidades de reeleição.
Neste momento da disputa, os candidatos mais bem ranqueados pisam em ovos para não cometerem algum deslize. Ontem mesmo, possivelmente aconselhado por seu staff político, o presidente Jair Bolsonaro voltou atrás em sua decisão de não participar das entrevistas do Jornal Nacional. O mesmo vale para as preocupações com o 07 de setembro, neste momento em que os ventos sopram favoravelmente. Ninguém disse que seria fácil. É uma eleição que, certamente, será decidida num segundo turno. Neste contexto, não causa uma grande surpresa essa pesquisa do Instituto GERP apontando um empate técnico entre Lula e Jair Bolsonaro, num levantamento realizado entre os dias 01 e 05 de agosto.
A pesquisa do Datafolha já teria sido suficiente para o staff político de Lula colocar as barbas de molho. Nos índices ou segmentos do eleitorado onde Jair Bolsonaro ganha algum pontinho, quase sempre, Lula perde outro. Segundo a pesquisa do GERP ambos estão numericamente empatados com escores de 38% das intenções de voto. Ciro Gomes aparece com 10% e Simone Tebet com 3%. A margem de erro do Instituto é de 2,8% e a pesquisa está registrada com o número: TSE-BR 009327\2022.
Nenhum comentário:
Postar um comentário